De volta
Em primeiro lugar, meu final de semana sem participar da tal "festa da democracia" (veja se pode prestar uma festa que não tem bebida alcoólica?), foi muito bom. De vez em quando eu vinha dar uma olhadinha nos resultados. No meio em que eu estava havia poucos Alckimistas (e eu não era um deles, que fique bem claro), mas percebi um alívio geral de todos ao saber que a disputa iria para segundo turno.
Fazendo um balanço resumido, acho que podemos dizer que a oposição foi a grande vencedora deste primeiro turno. O PSDB ganhou os dois maiores estados logo no primeiro turno, está caminhando a passos largos rumo à vitória no Rio Grande do Sul e Geraldo já começa a vislumbrar a rampa do Planalto, ainda de longe. A eleição que estava perdida há vinte dias de repente se mostra cada vez mais provável. O PFL sentiu a perda da Bahia, grande reduto eleitoral do partido por décadas, mas engordou sua bancada no Senado e ficou do mesmo tamanho na Câmara, ou seja, se fortaleceu a nível legislativo.
Já o Partido da Trapaça mais uma vez não ganhará nenhum estado relevante. Pior, foi alijado da maioria das disputas ainda no primeiro turno, e até mesmo Eduardo Suplicy, que tem fama de honesto e respeitável, teve sua eleição ameaçada (ou seja, o PFL paulista ganhou hoje uma vaga para o senado em 2010). Aqui no Piauí elegeu-se da mesma forma que os antigos: aliciando lideranças e comprando votos a granel. Vimos novos políticos adotando as práticas nojentas dos antigos.
A partir de agora, não há mais espaço para tergiversações. É forçoso reconhecer a polarização e se posicionar em um dos pólos: lulistas e anti-lulistas. O voto em Alckmin no primeiro turno era um voto de simpatia aos tucanos, e por isso não votaria nele mesmo se tivesse viajado. Mas agora a história é outra: Alckmin representa a única esperança de nos livrarmos de mais quatro anos de lulismo. O voto nele agora representa, mais do que aprovação ao PSDB, o repúdio a Lula.
Exatamente por isso que desta vez eu não me eximirei. Já estou poupando o da passagem e não há festa no mundo que me impeça de dar o meu recado. Não só votarei no chuchu como farei campanha para ele. E os precedentes falam por si: nas grandes eleições que ocorreram esse ano na América Latina, esquerdistas populistas nadaram de braçadas nas pesquisas até sentirem cãimbras na reta final e morrerem afogados ao chegar na praia. Ollanta Humala no Peru e López Obrador no México se sentiram eleitos e terminaram derrotados. A zebra deu uma passadinha pelos lados de cá do Atlântico no começo do ano e parece que gostou tanto que resolveu esticar sua estadia até o final de outubro...
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