Olha a síndrome terceiro-mundista aí, gente!
Acabei de assistir a Olga por pura falta do que fazer. E até que provocou algumas reflexões:
O filme é ruim, admitamos. Os personagens alemães falam um português fluente e sem sotaque entre si, mas aqui e ali você escuta alguns deles falando em alemão com algum figurante, para em seguida virar-se para o outro e voltar ao português impecável. Que abraçassem o monoglotismo de vez ou ousassem colocar os intérpretes de estrangeiros para falar a língua de seus personagens. A Globo ousou fazê-lo no capítulo do Linha Direta sobre Joseph Mengele e ficou muito bom.
Caco Ciocler e Camila Morgado convencem, desempenham bem os papéis que lhes colocaram em mãos. Mas o idealismo foi exagerado às raias do panfletarismo. É confortável mascarar a verdade de que Olga era uma agente a serviço de um governo estrangeiro, e se tivesse sido bem sucedida, teria colocado o Brasil à mercê de seus patrões. Uma cena do início chama a atenção: a Jovem Olga diz "na União Soviética falta tudo, até comida, mas há liberdade". Isso na época em que o Terror Vermelho assassinava todos aqueles julgados perigosos à revolução e todo o aparato opressivo do totalitarismo stalinista, da Tcheká ao Gulag, já estava montado.
Olga era agente de um regime totalitário e vítima de outros dois regimes igualmente totalitários. Seu patrão, Stalin, matou mais gente que Hitler e Vargas juntos e ainda sobrava troco. Na mesma época em que Olga tentava nos submeter a Moscou, a União Soviética vivia o auge do Grande Expurgo, que teria matado em torno de 3 milhões de pessoas e deportado mais de 12 milhões para campos de concentração. Aliás, os campos de concentração pelos quais ela passou no final da vida foram copiados e tinham como inspiração seus congêneres soviéticos. O Gulag precede Dachau em 16 anos, e Kolyma, Magadan e Vorkuta já funcionavam a pleno vapor num tempo em que Auschwitz era apenas o nome germanizado de uma obscura cidadezinha da Polônia ocidental.
Resumindo: o filme é propaganda comunista tendenciosa e mentirosa financiada com o nosso dinheiro. E mais um grande exemplo de nossa síndrome terceiro-mundista: na falta de heróis nacionais, fizemos um de uma militante estrangeira que tentou nos transformar em colônia soviética. Olga não sofreu nada que o regime que ela defendia não tenha infligido a milhões de outras pessoas. Foi, no final das contas, vítima da própria convicção revolucionária. Com certeza é uma heroína comunista. Brasileira, jamais.
O filme é ruim, admitamos. Os personagens alemães falam um português fluente e sem sotaque entre si, mas aqui e ali você escuta alguns deles falando em alemão com algum figurante, para em seguida virar-se para o outro e voltar ao português impecável. Que abraçassem o monoglotismo de vez ou ousassem colocar os intérpretes de estrangeiros para falar a língua de seus personagens. A Globo ousou fazê-lo no capítulo do Linha Direta sobre Joseph Mengele e ficou muito bom.
Caco Ciocler e Camila Morgado convencem, desempenham bem os papéis que lhes colocaram em mãos. Mas o idealismo foi exagerado às raias do panfletarismo. É confortável mascarar a verdade de que Olga era uma agente a serviço de um governo estrangeiro, e se tivesse sido bem sucedida, teria colocado o Brasil à mercê de seus patrões. Uma cena do início chama a atenção: a Jovem Olga diz "na União Soviética falta tudo, até comida, mas há liberdade". Isso na época em que o Terror Vermelho assassinava todos aqueles julgados perigosos à revolução e todo o aparato opressivo do totalitarismo stalinista, da Tcheká ao Gulag, já estava montado.
Olga era agente de um regime totalitário e vítima de outros dois regimes igualmente totalitários. Seu patrão, Stalin, matou mais gente que Hitler e Vargas juntos e ainda sobrava troco. Na mesma época em que Olga tentava nos submeter a Moscou, a União Soviética vivia o auge do Grande Expurgo, que teria matado em torno de 3 milhões de pessoas e deportado mais de 12 milhões para campos de concentração. Aliás, os campos de concentração pelos quais ela passou no final da vida foram copiados e tinham como inspiração seus congêneres soviéticos. O Gulag precede Dachau em 16 anos, e Kolyma, Magadan e Vorkuta já funcionavam a pleno vapor num tempo em que Auschwitz era apenas o nome germanizado de uma obscura cidadezinha da Polônia ocidental.
Resumindo: o filme é propaganda comunista tendenciosa e mentirosa financiada com o nosso dinheiro. E mais um grande exemplo de nossa síndrome terceiro-mundista: na falta de heróis nacionais, fizemos um de uma militante estrangeira que tentou nos transformar em colônia soviética. Olga não sofreu nada que o regime que ela defendia não tenha infligido a milhões de outras pessoas. Foi, no final das contas, vítima da própria convicção revolucionária. Com certeza é uma heroína comunista. Brasileira, jamais.
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