Esses malthusianos...
Profetas do apocalipse nunca faltaram na história humana. Um deles, inclusive, até mesmo é tido como Deus. Esse Homo Sapien Sapiens é mesmo uma espécie contraditória: ao mesmo tempo em que dá crédito aos vaticínios do fim dos tempos se ampara em místicos e gurus para renovar a esperança de que haverá um amanhã e as perspectivas podem ser melhores que o panorama atual.
Durante muito tempo, era o espectro da fome que nos aterrorizava. Malthus comprovava com sólida argumentação matemática que a humanidade morreria de inanição devido à disparidade escalar entre as curvas de crescimento populacional e de produção de alimentos. Hoje o papel de vedete da Escatologia é o Aquecimento Global (com iniciais maiúsculas, afinal a nova Besta do Apocalipse merece respeito). Já se tornou tão lugar-comum dizer que ele será a causa da decadência humana que as pessoas já falam a respeito tranqüilamente, com a empáfia de quem comunica uma verdade óbvia na tentativa de parecer intelectual, e não como se fosse um evento que irá afetá-las, bem como seus filhos e netos. Os adversários do progresso e crentes nas virtudes da indigência até elaboraram um tal Protocolo de Kyoto, que obriga a humanidade a manter na miséria os milhões que nela ainda se encontram, para quem sabe salvar o restante. E ainda não se acham elitistas...
Sinto muito desapontar os sequiosos em ver o colapso ambiental do planeta para em seguida culpar o ocidente capitalista pela desgraça, mas o apocalipse não virá, ao menos dessa vez. O ser humano não saiu das savanas da África Oriental para dominar o planeta e chegar ao espaço sideral à toa. O caso malthusiano é emblemático: as profecias sombrias se tornaram obsoletas com a invenção dos agrotóxicos, dos fertilizantes nitrogenados e com o avanço da genética. A população mundial duplicou nas últimas cinco décadas? A produção de alimentos aumentou quatro vezes. Fato comprovatório desse incremento é que as grandes fomes do século passado foram provocadas por políticas equivocadas ou malévolas, não por escassez de comida (óbvio que o fato de todas elas terem acontecido em países socialistas é apenas uma dessas coincidências maliciosas do destino).
Durante muito tempo, era o espectro da fome que nos aterrorizava. Malthus comprovava com sólida argumentação matemática que a humanidade morreria de inanição devido à disparidade escalar entre as curvas de crescimento populacional e de produção de alimentos. Hoje o papel de vedete da Escatologia é o Aquecimento Global (com iniciais maiúsculas, afinal a nova Besta do Apocalipse merece respeito). Já se tornou tão lugar-comum dizer que ele será a causa da decadência humana que as pessoas já falam a respeito tranqüilamente, com a empáfia de quem comunica uma verdade óbvia na tentativa de parecer intelectual, e não como se fosse um evento que irá afetá-las, bem como seus filhos e netos. Os adversários do progresso e crentes nas virtudes da indigência até elaboraram um tal Protocolo de Kyoto, que obriga a humanidade a manter na miséria os milhões que nela ainda se encontram, para quem sabe salvar o restante. E ainda não se acham elitistas...
Sinto muito desapontar os sequiosos em ver o colapso ambiental do planeta para em seguida culpar o ocidente capitalista pela desgraça, mas o apocalipse não virá, ao menos dessa vez. O ser humano não saiu das savanas da África Oriental para dominar o planeta e chegar ao espaço sideral à toa. O caso malthusiano é emblemático: as profecias sombrias se tornaram obsoletas com a invenção dos agrotóxicos, dos fertilizantes nitrogenados e com o avanço da genética. A população mundial duplicou nas últimas cinco décadas? A produção de alimentos aumentou quatro vezes. Fato comprovatório desse incremento é que as grandes fomes do século passado foram provocadas por políticas equivocadas ou malévolas, não por escassez de comida (óbvio que o fato de todas elas terem acontecido em países socialistas é apenas uma dessas coincidências maliciosas do destino).
Ora, perguntar-me-ão, como deter o aquecimento global se esses ianques malditos se recusam a assinar o pacto mundial pela conservação do status quo econômico atual? A palavrinha mágica é a mesma que evitou o Armagedom demográfico: tecnologia. O número de carros no mundo queimando combustíveis fósseis é enorme e não pára de aumentar? Relaxa. O carro elétrico já é uma realidade. Montadoras japonesas já comercializam modelos (por enquanto, restritos ao mercado de luxo), e todas as outras indústrias do ramo pesquisam a respeito tentando se tornar a primeira a lançar carros elétricos limpos e baratos a preço popular e encher as burras de dinheiro.
Gasta-se muito petróleo para gerar energia elétrica nos países do norte? A fusão nuclear já começa a se demonstrar viável depois que descobriram que não é necessário reproduzir um ambiente parecido com o núcleo das estrelas (15 milhões de ºC e pressão absurdamente grande), podendo-se utilizar como ignição lasers de potência elevadíssima. A atual geração desses lasers ainda não tem potência suficiente para desencadear a fusão, mas é consenso que daqui a duas ou três décadas eles existirão, de tal forma que este suprimento baratíssimo e quase inesgotável de energia estará à nossa disposição em coisa de meio século.
E as toneladas de carbono que já estão na natureza e as bilhões que ainda serão lançadas daqui que essas tecnologias se tornem usuais, seu bruto? perguntar-me-iam os mais renitentes. Calma que mamãe tecnologia tem a solução para tudo: nanotecnologia. Pode parecer viagem, e de fato é, mas habitue-se com isso: em dentro de vinte ou trinta anos, máquinas tão minúsculas que serão montadas átomo por átomo estarão em nossos corpos monitorando nossa saúde, limpando lugares poluídos, e por que não... Removendo o carbono extra de nossa atmosfera átomo por átomo, quem sabe até utilizando-o para fabricar grafite ou... Diamantes! E já que eles estarão mesmo lá em cima, por que não restaurar a camada de ozônio? Por que não direcionar chuvas e tornar imensas áreas improdutivas como o Saara celeiros do mundo? As possibilidades são tantas quantas o intelecto humano é capaz de conceber.
Estão embasbacados? Calma aí que eu ainda nem contei a melhor. Marte está próximo. Não, o planeta enferrujado não está vindo em nossa direção para se espatifar num cataclismo trágico e inevitável. É que todo esse arsenal técnico tornará a visita e posterior colonização de Marte mais barata. Não será lugar dos mais agradáveis, já que todos viverão em redomas para manter a atmosfera e pressão ideais e proteger da radiação, dos meteoritos e das tenebrosas tempestades de areia marciana, que duram meses e têm ventos de até 400 km/h. Mas para cientistas interessados em novos desafios e pessoas sem eira nem beira, será um novo mundo cheio de oportunidades.
Em 2107 nossos descendentes estarão fazendo uma visita turística ao Monte Olimpo - não o da Grécia, mas o de Marte, montanha de 27 quilômetros (três Everests empilhados) - e dando muita gargalhada dos neomalthusianos catastrofistas. Assim como hoje nós ridicularizamos as sombrias profecias de uma humanidade castigada pela fome por cometer o pecado de se reproduzir em demasia.
Alguns qualificam minha confiança na capacidade humana de superação de fé religiosa. Pode até ser que sim, mas então tratar-se-á de uma fé com sólida base empírica.
Marcadores: Ciência
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