ô dor que dá...
Em todos os concursos e vestibulares que fiz nos últimos dois anos, minhas redações foram verdadeiras obras de arte. Obras que vendi em troca de uma aprovação ou expectativa de aprovação, e que nunca mais eu vi e certamente jamais verei. Sinto-me como um poeta que espalha seus versos em superfícies esparsas como uma flor que asperge seu pólen ao léu na esperança de gerar vida nova, sabendo que as estrofes e sementes deixadas para trás jamais voltarão a ser vistas. Seria até o caso de exigir que as instituições que fazem esses concursos nos devolvam nossos textos, caso estejamos dispostos a pagar o reembolso postal. Se soubessem a dor que se sente quando se entrega a folha de redação ao fiscal com a certeza de que jamais voltará a lê-la de novo, elas disponibilizariam essa opção.
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