Podem puxar minhas orelhas! Vejam que vergonha...
Recentemente descobri um link muitíssimo interessante de um teste que mostra quais as suas afinidades de pensamento com os mais diversos filósofos, dos estóicos aos cínicos, dos empíricos aos racionalistas, passando pelos fenomenologistas e dando um alô para os existencialistas... ufa!
Pois bem, lá vou eu fazer o demônio do teste, e vejam só o resultado:
1. Jean-Paul Sartre (100%)
2. David Hume (86%)
3. Epicureans (85%)
4. Spinoza (75%)
5. Stoics (75%)
6. Nietzsche (74%)
7. Ayn Rand (71%)
8. John Stuart Mill (71%)
9. Thomas Hobbes (70%)
10. Kant (66%)
11. Aristotle (60%)
12. Prescriptivism (56%)
13. Jeremy Bentham (51%)
14. Aquinas (45%)
15. Nel Noddings (43%)
16. Plato (38%)
17. Cynics (31%)
18. St. Augustine (28%)
19. Ockham (19%)
O resultado a princípio não me surpreendeu.Tenho uma idéia de mundo principalmente existencialista, e como todo bom cético, sou um empírico convicto, o que justifica David Hume em segundo lugar.Simpatizo bastante com os epicuristas, confesso não conhecer muito a filosofia de Spinoza (erro grave que será muito em breve corrigido), na hora das adversidades sou predominantemente estóico, gosto bastante de Nietzsche, e muito me alegrou ver dois pensadores liberiais (Ayn Rand e John Stuart Mill) entre os dez primeiros.
Daí pra baixo tem gente que, ou eu não conheço (Noddings, Bentham), simpatizo levemente (Kant, perspectivistas, cínicos), ou abomino (Aristóteles, Platão e os dois Santos.É, eu abomino dois dos principais pilares da filosofia ocidental, explico isso depois).Mas parem as rotativas! Quem é aquele cara em último lugar? Se pessoas que eu abomino estão na frente dele, certamente há de ser alguém que eu detesto, correto?
Nada mais errado! O último em questão se trata de Guilherme de Ockham, pensador do final da Idade Média.Quem vem a ser? Simplesmente o responsável pela redescoberta do empirismo pelo pensamento ocidental, que se encontrava encalacrado pela baboseira escolástica que, herdeira de outra baboseira, o pensamento aristotélico, acreditava que apenas a razão guiava o homem rumo ao conhecimento, e portanto não era necessário fazer experiências para comprovar as conjecturas que se fazia.Além disso, foi o primeiro pensador a defender a separação entre religião e razão, defendendo ser impossível provar racional ou empiricamente a existência de um ser supremo.Por estas e outras, foi excomungado, ele que era monge franciscano.
Um homem com essas credenciais merece minha total simpatia, não só para com a biografia como para com o pensamento.E como se não bastasse, criou um mecanismo até hoje consagrado na ciência empírica: a Navalha de Ockham, que diz, sucintamente, que entre duas explicações aparentemente satisfatórias, a mais simples é a correta.E vejam só, ele está em último, último! Par alguém que se julga cético a ponto de nomear seu blog como tal isso é uma vergonha.Tudo bem que um grande ícone do empirismo está em segundo.Mas preciso saber porque Ockham está tão mal colocado.Alguém se atreve a explicar?
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