domingo, junho 26, 2005

Na cama com Heloísa Helena


Esqueçam a imprensa, os artistas ou os pensadores. Quem melhor compreende o Brasil e está preparado para falar dele são os humoristas. No país do riso fácil, onde mesmo a maior tragédia degenera em farsa, são eles que representam o espírito nacional, e por isso estão mais autorizados a falar sobre ele. Esqueça os brasilianistas, tanto os brasileiros como os estrangeiros. São os comediantes que nos entendem melhor. E como acredito neles como porta-vozes da nação, consumo todos os programas e sites de humor que estão ao meu alcance. Na terça-feira, portanto, após chegar da universidade, fui assistir ao Casseta e Planeta.

O mensalão, como não poderia deixar de ser, foi o assunto do dia. Mas os sete comediantes foram além: mais precisamente, ao Congresso Nacional entrevistar deputados e senadores e conferir como anda a verve dos beneméritos representantes da nação. Artur Virgílio (PSDB-AM) e meu conterrâneo Heráclito Fortes (PFL-PI), demonstraram que são capazes de fazer piadinhas, o amazonense inclusive estava muito à vontade para caçoar dos entrevistadores. E eis que eles pegam Heloísa Helena (PSOL-AL) para algumas palavrinhas. Começaram com uma pergunta boba e uma insinuação engraçadinha para fazer a senadora completar com algo espirituoso. E vejam com o que ela se saiu: "é, amigos, os banqueiros enchem seus bolsos enquanto esvaziam o prato do trabalhador brasileiro...". Assim, do nada, sem que sequer fosse mencionada a atividade financeira.

Concordo que é suficiente apenas para despertar náuseas. Mas como o senso de normalidade não é lá meu forte, embarquei em sinuosas conjecturas: se a senadora não consegue descontrair nem mesmo numa entrevista aonde sua função é apenas dizer algo engraçado, será que ela consegue largar a arenga esquerdista em outros momentos, digamos, menos políticos? Indo direto ao ponto, será que ela repete as baboseiras canhotas mesmo quando está na cama?

Alguns dirão que a cama, com as possibilidades que ela sugere, não é lugar para falar. É sim, tanto no antes quanto no depois. Mas há de se ter tato sobre o que se fala em tais momentos. Por mais ideologizada que a pessoa seja, creio que mesmo as convicções mais arraigadas não resistem ao passeio intrépido de línguas e mãos, capaz de fazer o ímpeto de qualquer doutrina silenciar em frêmitos de êxtase, e que a melhor coisa a fazer quando se está a sós com uma boca que vomita ideologias é calá-la a base de beijos.

Mas como supor que toda essa teoria dá certo com alguém que perde a piada, mas não perde a chance de bravatear? Advertência para os (as) gatos (as) pingados (as) que me lêem: a melhor maneira de testar o desempenho afetivo e sexual de alguém sem fazê-lo in loco é verificar-lhe o senso de humor. Nem toda pessoa engraçada é boa amante, mas todo mal-humorado é uma negação debaixo dos lençóis. Pense em como deve ser broxante passar a noite ouvindo alguém falar-lhe dos bigodes de Stalin à barbicha de Che, passando pela careca de Mao. Alguém que não sabe aveludar sensualmente a voz, mas apenas grasnar babaquices aprendidas na época do colegial daquele professorzinho de história, que muito provavelmente sofria de alguma disfunção sexual mórbida, não é boa companhia para se ter do outro lado da cama.

Melhore sua vida afetiva: aprenda a ridicularizar suas próprias convicções. Levá-las a sério demais vai lhe tornar uma pessoa amarga, maçante e pernóstica. E broxante. E se você for assim, sai de perto de mim, urubu!


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