A diferença fundamental
Andei ausente da net por conta de compromissos na universidade, e só agora estou tomando par da polêmica gerada em torno de um blockbuster americano que narra o seqüestro de um grupo de turistas no Brasil. Vozes iradas têm se levantado contra a veiculação do filme no Brasil e criticam a "arrogância" dos americanos, acusando-os ainda de fazer propaganda negativa do país.
Não assisti ao filme e provavelmente não assistirei. O que me interessa mesmo é a oportunidade de se estudar as diferenças culturais. Já repararam que as pessoas com baixa auto-estima, fracassadas e sem atrativos são as que mais se importam com o que os outros pensam acerca delas? Pois com os povos se dá a mesma coisa. Pergunte aos americanos se eles se importam em ser tachados de arrogantes mundo afora. Ou se os ingleses se preocupam em ser considerados ridiculamente formalistas. Ou se os suecos perdem um minuto de sono porque são tidos como depravados. Ou se os alemães se incomodam com o fato de serem considerados nazistas?
Mas nós aqui do terceiro mundo ficamos cheios de pruridos quando somos retratados de forma desfavorável nas nações ricas. Somos como aqueles adolescentes sem brilho que imploram um minuto que seja da atenção das mais "populares", e se preocupam diuturnamente com o que eles pensam a respeito de si, enquanto os lá do topo mal lembram que eles existem.
A diferença é que os top conseguem glamourizar até seus defeitos e infortúnios. O caso americano é clássico: se formos reunir todos os filmes de Hollywood que mostram gangues, máfias, corrupção, preconceito e intolerância ambientados nos Estados Unidos, formaremos uma filmografia impossível de ser vista no espaço de tempo de uma vida humana. Só os filmes do Martin Scorsese que abordam tais temas já dariam alguns dias de projeção contínua. Isso levando em conta só os filmes e cineastas bons! Imaginem só a imagem que alguém terá dos EUA se levar em conta um filme como Taxi Driver...
Enfim, deixem os patrioteiros espernear à vontade. Só conseguem fazer a situação ficar ainda mais ridícula do que já é.
Não assisti ao filme e provavelmente não assistirei. O que me interessa mesmo é a oportunidade de se estudar as diferenças culturais. Já repararam que as pessoas com baixa auto-estima, fracassadas e sem atrativos são as que mais se importam com o que os outros pensam acerca delas? Pois com os povos se dá a mesma coisa. Pergunte aos americanos se eles se importam em ser tachados de arrogantes mundo afora. Ou se os ingleses se preocupam em ser considerados ridiculamente formalistas. Ou se os suecos perdem um minuto de sono porque são tidos como depravados. Ou se os alemães se incomodam com o fato de serem considerados nazistas?
Mas nós aqui do terceiro mundo ficamos cheios de pruridos quando somos retratados de forma desfavorável nas nações ricas. Somos como aqueles adolescentes sem brilho que imploram um minuto que seja da atenção das mais "populares", e se preocupam diuturnamente com o que eles pensam a respeito de si, enquanto os lá do topo mal lembram que eles existem.
A diferença é que os top conseguem glamourizar até seus defeitos e infortúnios. O caso americano é clássico: se formos reunir todos os filmes de Hollywood que mostram gangues, máfias, corrupção, preconceito e intolerância ambientados nos Estados Unidos, formaremos uma filmografia impossível de ser vista no espaço de tempo de uma vida humana. Só os filmes do Martin Scorsese que abordam tais temas já dariam alguns dias de projeção contínua. Isso levando em conta só os filmes e cineastas bons! Imaginem só a imagem que alguém terá dos EUA se levar em conta um filme como Taxi Driver...
Enfim, deixem os patrioteiros espernear à vontade. Só conseguem fazer a situação ficar ainda mais ridícula do que já é.
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