Três Equívocos
Sobre a confusão que anda rolando lá em São Paulo já identifiquei três equívocos:
Equívoco Primeiro: Reclamaram muito que as organizações de Direitos Humanos não se manifestaram a respeito da matança de policiais. Ocorre que a função delas é investigar arbitrariedades cometidas por órgãos e funcionários do Estado. Quando civis e agentes do Estado são atingidos por bandoleiros, o próprio Estado é quem tem que se encarregar de averiguar e buscar punir os responsáveis. OK, eu não vou negar que essas organizações aqui no Brasil estão cheias de oportunistas e hipócritas que insinuam para a sociedade que ela é a algoz e o malfeitor é a vítima. Mas isso não altera o objetivo das mesmas.
Equívoco Segundo: O governo federal ofereceu ao estado de São Paulo exatamente aquilo que ele não precisa: efetivos policiais. A polícia do estado tem um efetivo quase tão numeroso quanto o do exército nacional. Os problemas que deflagraram essa crise são de ordem financeira, logística, legal e administrativa, não de quantidade de policiais.
Equívoco Terceiro: Andam falando em obrigar as operadoras a dar um jeito de bloquear os celulares dentro de presídios. Em outras palavras: o Estado, que já nos cobra impostos escorchantes, quer repassar para as empresas, que posteriormente repassarão para nós, consumidores, os custos de sua incompetência em impedir que celulares entrem nas prisões. Bloqueadores de celular custam em torno de 10 mil reais. Considerando que o estado de São Paulo tem algo em torno de 200 presídios, com dois milhões de reais se equipariam todas as penitenciárias do estado com os bloqueadores. O governo federal gasta quase cem vezes mais pagando viagens de diárias de funcionários públicos, bem que poderia prestar uma ajuda efetiva a custo irrisório ao estado.
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