Da universidade aos cursos profissionalizantes de terceiro grau
Reinaldo Azevedo em seu blog escreveu:
A universidade, mesmo pública, se “supletivou” para atender à demanda de quem, de fato, não teria condições intelectuais de acompanhar um curso de terceiro grau. E as particulares, do ProUni, estão é oferecendo um serviço de concessão de diploma. O governo injeta dinheiro nas mantenedoras, e elas expedem cartuchos para futuros motoristas de táxi com terceiro grau.
Percorrendo os corredores e submundos dessa imensa máquina de desperdício de dinheiro público e fábrica de pseudo-intelectuais chamada Ensino Superior (sic) há sete anos, posso assinar embaixo e assegurar que a afirmação dele é uma verdade empírica facilmente comprovável para quem conhece o ambiente universitário brasileiro e tem algum nível de conhecimento e cultura. Dizem que finalmente os negros, pobres e alunos de escola pública estão tendo vez, e que isso justificaria a gastança do país em ensino de terceiro grau num país onde grande parte da população mal consegue entender um texto simples de trinta linhas.
Esse analfabetismo funcional não está restrito aos rincões de pobreza e às vilas e favelas das grandes cidades. Está muito presente dentro da própria universidade, principalmente nos cursos de menor concorrência. O nível de raciocínio e conhecimento dos alunos é sofrível, a maioria não consegue entender o que lê e com isso passa período após período, disciplina após disciplina sem aprender absolutamente nada.
E por que não temos índices massivos de repetência? Perguntarão os incrédulos. Simples: porque o nível das universidades é medíocre. Muitos professores definem o nível de exigência das disciplinas que ministram em função do nível dos alunos. Se eles constatam que exigir o mínimo necessário para que se tenha um conhecimento básico fará a maioria reprovar, eles simplesmente rebaixam o nível para possibilitar que os coitadinhos injustiçados pelo sistema possam ir adiante. Perde o aluno ruim, que vai perder alguns anos de sua vida na universidade para depois virar um desempregado quando bem poderia ter investido tempo e dinheiro em algo que lhe garantisse futuramente um emprego melhor, e perde o bom aluno, que se sente desmotivado pela pouca exigência e termina se habituando à mediocridade dos colegas de curso.
Nossas universidades não passam de cursos profissionalizantes, e de péssima qualidade, diga-se de passagem. E vamos parar com essa estupidez de que "universidade é para todos". Para todos coisíssima nenhuma! As universidades, em qualquer nação instruída e avançada econômica, intelectual e tecnologicamente, são centros de excelência destinados a formar a elite intelectual do país. Devem receber os melhores, sem distinção social ou racial, e prepará-los para serem os melhores. A universidade nunca foi nem deve ser democrática, e sim meritocrática. Quem não tem estofo intelectual para fazer uma graduação que se contente com outros tipos de formação. Qual é a vantagem intrínseca de dar um diploma de curso superior para alguém que não aprendeu nada e jamais será capaz de exercer com competência o trabalho em seu campo? Para podermos bater no peito e dizer que temos prostitutas, faxineiras, garçons e taxistas com diploma universitário, como faz um determinado paiseco do Caribe, que mesmo tendo tanta pretensão há mais de cinqüenta anos não consegue se sustentar por si e depende da benevolência de outras nações para não morrer de fome?
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