quinta-feira, setembro 06, 2007

Conclusão que parecia original quando você tirou e que depois percebe ser apenas o resumo daquilo que você já sabia há muito tempo

Os mais pragmáticos acusam a literatura de não produzir nenhum bem palpável, o que a equipararia com a religião no papel de estelionatária das fraquezas humanas. E eles têm razão: a prosa, a poesia, o teatro, bem como a crítica literária como um todo não produzem nenhum bem fisicamente consumível. Mais de quatro mil gerações de seres humanos viveram antes da escrita ser inventada, e pouco mais de vinte viveram desde que Gutenberg imprimiu suas Bíblias e tornou o livro um produto barato e acessível. A rigor não precisamos de literatura para viver, tampouco para aumentar nosso conforto material.

Somos as prostitutas do intelecto humano. Do mesmo jeito que a profissão mais antiga do mundo vende prazer sexual para corpos carentes, nós que escrevemos e fazemos crítica literária (ainda que não profissionalmente, que fique bem dito), vendemos prazer psicológico para intelectos curiosos. Não nego as funções secundárias, mas não menos importantes, da literatura de ser o retrato de um povo ou uma época, e notadamente nos escritos de mitologia antiga, guardiã mesmo da história de um povo ou de uma civilização inteira. Ou o romance dos últimos duzentos anos, que tem incessantemente buscado ser uma imagem e uma crítica do mundo moderno, este ente em constante construção e crise de identidade saído das fornalhas das indústrias e dos vapores dos motores da Revolução Industrial, um Prometeu desacorrentado, na felicíssima analogia empregada por David Landes.

Independente de tudo isso, como falava, não estamos um degrau sequer acima das prostitutas na hierarquia econômica. Nós e elas mercadejamos prazeres, de natureza distinta, mas irmanados na sua condição de meros deleites. Autores vendem deleites intelectuais, críticos ajudam os clientes-leitores a usufruir melhor tais deleites. Desempenham, ainda que com ressalvas, o papel de cafetões da literatura.

Marcadores: ,


Meu Profile No Orkut
Bjorn Lomborg
Instituto Millenium
Apostos
Instituto Federalista
Women On Waves
Instituto Liberal
Liberdade Econômica
NovoMetal
Mises Institute
Adam Smith Institute
Wunderblogs
Escola Sem Partido
Diogo Mainardi
Ateus.Net
Aventura das Partí­culas
Sociedade da Terra Redonda
Projeto Ockham
In Memoriam (Fotolog)
CocaDaBoa

O Pequeno Burguês
A Desjanela Dela
Alessandra Souza
Alexandre Soares Silva
Blog Da Santa
Breves Notas
Butija
Cris Zimermann
Canjicas
Diplomatizando
De Gustibus Non Est Disputandum
Fischer IT
FYI
Janer Cristaldo
Jesus, me Chicoteia
Leite de Pato
Liberal, Libertário, Libertino
Livre Pensamento
Meu Primeiro Blog
O Barnabé
Paulo Polzonoff
Pura Goiaba
Radical, Rebelde, Revolucionário
Rodrigo Constantino
The Tosco Way Of Life
Viajando nas Palavras

Anton Tchekhov
Boris Pasternak
Charles Baudelaire
Gabriel Garci­a Márquez
Henrik Ibsen
Pär Lagerkvist
Jack London
Nikos Kazantzakis
Oscar Wilde
Stendhal
William Somerset Maugham

Dogville
American Beauty
Dead Poets Society
A Beautiful Mind
M.A.S.H.
Crash
Once Upon A Time In America
Casablanca
Hotel Rwanda
Eternal Sunshine of a Spotless Mind
A Clockwork Orange
Gegen Die Wand
Pi
Pirates of Silicon Valley

A-Ha
After Forever
Anathema
Anno Zero
Ayreon
Black Sabbath
Emperor
Engenheiros do Hawaii
Helloween
Iced Earth
Iron Maiden
Judas Priest
Lacrimosa
Lacuna Coil
Limbonic Art
Moonspell
Pink Floyd
Scorpions
Stratovarius
The Dresden Dolls
The Sins Of Thy Beloved
Therion
Vintersorg

Bezerra da Silva
Carl Orff
Fágner
Falcão
Franz Liszt
Fryderik Chopin
Ludwig Von Beethoven
Raul Seixas
Richard Wagner
Sergei Prokofiev
Sergei Rachmaninov
Zé Ramalho

Ayn Rand
David Hume
Friedrich Nietzsche
Harold Bloom
José Ortega Y Gasset
Jean-Paul Sartre
John Stuart Mill


Se gostou desse blog, inclua um botão no seu site 

I support Denmark in its struggle for the freedom of speech