Bem estar social?
O principal amparo dos social-democratas é o exemplo dos países nórdicos como paraísos do Welfare State. Eis abaixo a prova de quem a ineficiência do Estado do bem estar social independe do local em que ele é implantado. Sempre dá errado. Vide o texto abaixo, retirado do New York Times, escrito por um americano residente em Oslo.
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Nós somos ricos. Vocês não. Fim de papo.
O senso comum acerca da vida econômica das nações nórdicas é facilmente resumida da seguinte forma: as pessoas aqui são incomparavelmente abastadas, com todas as suas necessidades providas por um eficiente estado do bem estar social. Eles mesmos acreditam nisso. Ainda que a realidade, como este residente americano em Oslo pode constatar, e como alguns estudos recentes confirmam—não seja o que parece.
Assim como o estabilishment escandinavo vende essa idéia duvidosa, mostra ainda uma imagem dos EUA como uma nação dividida, desigual, entre barões do crime e salários de escravos, sem mencionar exércitos de mendigos e desempregados. Isso faz com que as pessoas continuem acreditando que seu estado de bem estar social, financiado por altos impostos sobre a renda, os coloca mais no caminho de proteções econômicas e amenidades que o sistema americano. Proteções, sim—mas alguns noruegueses podem questionar a parte das amenidades.
Em Oslo, as coleções nas bibliotecas são desatualizadas, e piscinas públicas necessitam desesperadamente de manutenção. O noticiário local menciona séria carência de policiais e material escolar. Quando minha cunhada foi a uma UTI recentemente, o hospital não tinha remédio para tosse. Hordas de drogados vagam no centro de Oslo, como o Los Angeles Times recentemente noticiou, mas a espera nos programas de aplicação de metadona pode durar meses.
Na Noruega, o pensamento padrão é de que deve haver algum engano, as coisas simplesmente não podem ser assim no "país mais rico do mundo". Por que os noruegueses fazem uma imagem tão rica de si mesmos? Em parte porque, comparados a seus avós (que viveram antes da descoberta de petróleo no Mar do Norte), eles são ricos. Poucos, no entanto, duvidam que este seja o país mais rico do mundo.
Depois de seis anos vivendo aqui, eu rapidamente notei que os noruegueses têm um padrão de vida inferior ao dos americanos. Eles se agarram a velhos aparelhos e mobília que nós jogaríamos fora. E dirigem carros velhos. Em 2003, quando minha esposa e eu levamos seu irmao adolescente a New York—sua primeira viagem para fora da Europa—ele ficou estupefato com os carros no aeroporto de Newark, tal qual Robin Williams diante de uma loja em New York no filme "Moscow on the Hudson" [ não traduzo título de filme nem sob tortura!].
Uma imagem em particular martela na minha mente. Em uma aula de língua norueguesa, minha professora ilustrou o significado da palavra matpakke—almoço empacotado—enfiando a mão na sua mochila e puxando um heróico sanduíche enrolado em papel encerado. Era o seu almoço. Ela o ergueu ao alto, para que todos vissem.
Sim, professores são pior remunerados em qualquer lugar. Mas na Noruega os matpakke são onipresentes, das salas de aula às câmaras. Em New York, um funcionário de escritório pode ir almoçar numa deli. Em Paris, ela pode saborear quiche e uma taça de vinho em uma brasserie. Na Noruega, ela senta em sua carteira e come um sanduíche trazido de casa.
Não é simplesmente questão de tradição ou preferência por uma vida menos materialista. Comer fora é apenas tão caro em um país aonde professores, por exemplo, ganham em torno de 50 mil dólares por ano, sem mencionar impostos (que são altos). A mais frugal das refeições—Uma pizza grande entregue pela pizzaria mais popular de Oslo—sairá entre 34 e 48 dólares (10 dólares nos EUA), incluindo o custo da entrega e uma taxa de 25% agregada ao valor.
Nem as lojas são baratas. Todo final de semana, exércitos de noruegueses se dirigem à Suécia e abarrotam o carrinho dos supermercados, que são uma pechincha apenas para os padrões noruegueses. E nem essa é uma grande solução, já que o galão de gasolina (numa nação exportadora de petróleo) custa mais de 6 dólares (2 dólares nos EUA).
Tudo isso foi trazido a lume por um estudo de um instituto de pesquisas sueco, Timbro, que comparou preços de 15 produtos domésticos básicos nos países da União Européia (antes da expansão de 2004), com aqueles dos 50 estados americanos e o Distrito de Columbia (A Noruega, como não faz parte da UE, não foi incluída).
Depois de ajustados os poderes de compra do dólar e do euro, o único país da UE cuja economia per capita era maior que a americana foi o paraíso fiscal de Luxemburgo, que ficou em terceiro, apenas atrás de Delaware e Connecticut.
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