"Diz-me com quem andas..."
Em mais uma jogada brilhante, a diplomacia lulista anuncia a expansão das representações diplomáticas. Veja aonde o eneadáctilo vai enterrar alguns milhõezinhos nossos:
Guiné (PIB-3,647 bilhões); Guiné Equatorial (PIB-4,489 bilhões); Togo (PIB-2,318 bilhões); Sudão (PIB-25,379 bilhões); Sri Lanka (PIB-22.351 bilhões); Total: 58,184 bilhões; valores em dólares americanos.
Enquanto isso, não temos embaixadas na Eslovênia (PIB-35,106 bilhões); Eslováquia (PIB-50,323 bilhões); Croácia (PIB-35,103 bilhões); Lituânia (PIB-23,702); Chipre (17,144 bilhões); Total: 161,378 bilhões; valores também em dólares americanos.
Vale lembrar que, além de terem um PIB conjunto quase três vezes superior aos novos amigos do Lulalau, essas nações são democracias consolidadas, e com a entrada recente na União Européia, têm perspectivas de progresso econômico bastante animadoras para os próximos anos.
Isso sem falar na bola fora maior: instalando uma embaixada no Sudão, o governo brasileiro está demonstrando formalmente intenções de estabelecer relações de amizade com um governo que move duas campanhas de genocídio, no sul e no oeste do país. O Supremo Apedeuta, não satisfeito em sujar as próprias mãos no sangue das vítimas de Darfur, obriga a todos os brasileiros também fazê-lo.
Concordo que a política externa deva se diversificar, e que estabeleçamos relações diplomáticas e comerciais com o maior número possível de países. Só que, além de terem economias minúsculas, o Brasil expande suas relações diplomáticas com países governados por ditadores corruptos e cruéis. Somente o Sri Lanka é uma democracia.
Enquanto isso, não temos representações diplomáticas em diversos países do leste europeu Nações que se integraram recentemente à União Européia estão ou estarão em breve vivendo um boom econômico. E enquanto os outros correm atrás de acordos, parcerias e boas relações com esses países, nós estamos consolidando alianças com republiquetas miseráveis governadas por tiranos cleptomaníacos.
Daqui a alguns anos vão culpar o FMI e o "capital financeiro" (essa foi uma brilhante expressão cunhada pelo PSOL) pelo nosso fracasso comercial. E lá estaremos nós, de mãozinhas dadas com Theodore Obiang (ditador da Guiné Equatorial que, segundo as lendas, devora os testículos de opositores políticos na crença de que isso aumenta seu vigor sexual), e com a dinastia dos Eyadema, que governa o Togo há 40 anos. Sem falar do carniceiro de Darfur.
Como diria o adágio: "diz-me com quem andas..."
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