sábado, maio 07, 2005

O Ódio é o que importa


Artigo publicado originalmente no NovoMetal, sem corporativismo o melhor site de metal do Brasil, do qual, como já devem ter notado, eu participo. Se curtem o estilo, uma passada por lá é obrigatória.



O ÓDIO É O QUE IMPORTA


É uma palavra simples, de fácil pronúncia, mas de significado tão amplo que nunca talvez tenha surgido uma definição para ela perfeita.O dicionário apenas ressalta o aspecto raivoso e intempestivo da palavra, mas os artistas são bem mais profundos e versáteis que lexicógrafos e etimologistas.A expressão desse sentimento em palavras e ações conheceu maneiras, estilos e facetas tão diversas que talvez tenha mesmo superado o seu antagonista nesse sentido, apesar de ser ele o mais famoso e que com mais freqüência é ressaltado pelos críticos de arte.Uma tremenda injustiça, diga-se, pois a arte é a própria materialização do ódio.


Seria supérfluo mencionar a expressão artística do ódio dentro do heavy metal, pois citaria bandas e mais bandas, e preencheria todo esse espaço mole, mole.A fúria incoercível do black metal para com as estruturas cristãs, o death rompendo completamente os padrões da delicadeza ao descrever o ódio (e suas atitudes) de maneira crua, sem retoques, e por aí vai.Mas com certeza, todos nós já ouvimos comentários ácidos a respeito dessa forma de expressão de arte.O argumento deles é sempre o mesmo: que a arte tem que ser “sublime”, “bela”, que tem que falar de coisas leves e agradáveis.Essas opiniões revelam total desconhecimento da arte como um todo.Afinal, o que arte senão o exercício da indignação para com as estruturas vigentes?Mesmo os românticos, do alto de seu arrebatamento apaixonado, manifestavam um ódio contra as estruturas sociais que os impediam de viver seus amores, ou contra a própria vida, que se revelava trágica e lhes roubava as amadas (Novallis, grande romântico alemão que perdeu sua amada quatro dias após o aniversário de 15 anos, é um exemplo).Os realistas, empenhados em mostrar a sujidade da vida.Ou os modernistas, que revelaram o absurdo da falta de sentido que há em tudo.


É apenas uma interpretação minha?Não mesmo.Os próprios escritores confirmaram.”Arte não é feita com bons sentimentos”, pontificava o francês André Gidé, Prêmio Nobel de Literatura.”As famílias felizes são todas iguais. As infelizes são infelizes cada uma à sua própria maneira”.Paremos para refletir sobre essa frase de Tolstoi, um dos maiores expoentes da literatura russa, proferida no começo do romance Anna Karenina.O que o genial prosador russo quis dizer é que a felicidade é, via de regra, monótona e enfadonha, e não dá para fazer boa literatura sobre ela.Por isso que os políticos nunca fazem boa literatura.Se José Sarney não fosse tão rico e poderoso, talvez escrevesse algo que prestasse.Os bons sentimentos não dão bom material para a arte, vide as porcarias de auto-ajuda que têm infestado as livrarias.


E como definir a esses que pregam uma arte “sublime e pura”?Como ditadores da arte.Os nazistas queriam que a arte retratasse a pureza do homem ariano.Os comunistas baseavam seu enfoque no idílico modo de vida do operário socialista.Como bem se sabe, essas utopias massacraram cem milhões de pessoas em monstruosas experiências de reengenharia social.O discurso dos “puristas” da arte bem caberia na boca de um censor da Gestapo ou da KGB.Por isso o heavy metal é a mais pura democracia.Há bandas no mundo inteiro, do Brasil à Noruega, da Indonésia à Letônia.Há subgêneros para todos os gostos, desde os mais brutais e furiosos (black, death) até os mais “sublimes” (melódico, progressivo).O heavy cumpre seu papel de verdadeira arte: não está vinculado a nenhum preceito moral ou estilístico, nem a uma forma delimitada de expressão, quer na forma, quer no conteúdo.E, sobretudo, a força do metal está na raiva louca e incurável que este move por tudo que o cerca.Pois, creiam, amigos, o ódio é o que importa.


Meu Profile No Orkut
Bjorn Lomborg
Instituto Millenium
Apostos
Instituto Federalista
Women On Waves
Instituto Liberal
Liberdade Econômica
NovoMetal
Mises Institute
Adam Smith Institute
Wunderblogs
Escola Sem Partido
Diogo Mainardi
Ateus.Net
Aventura das Partí­culas
Sociedade da Terra Redonda
Projeto Ockham
In Memoriam (Fotolog)
CocaDaBoa

O Pequeno Burguês
A Desjanela Dela
Alessandra Souza
Alexandre Soares Silva
Blog Da Santa
Breves Notas
Butija
Cris Zimermann
Canjicas
Diplomatizando
De Gustibus Non Est Disputandum
Fischer IT
FYI
Janer Cristaldo
Jesus, me Chicoteia
Leite de Pato
Liberal, Libertário, Libertino
Livre Pensamento
Meu Primeiro Blog
O Barnabé
Paulo Polzonoff
Pura Goiaba
Radical, Rebelde, Revolucionário
Rodrigo Constantino
The Tosco Way Of Life
Viajando nas Palavras

Anton Tchekhov
Boris Pasternak
Charles Baudelaire
Gabriel Garci­a Márquez
Henrik Ibsen
Pär Lagerkvist
Jack London
Nikos Kazantzakis
Oscar Wilde
Stendhal
William Somerset Maugham

Dogville
American Beauty
Dead Poets Society
A Beautiful Mind
M.A.S.H.
Crash
Once Upon A Time In America
Casablanca
Hotel Rwanda
Eternal Sunshine of a Spotless Mind
A Clockwork Orange
Gegen Die Wand
Pi
Pirates of Silicon Valley

A-Ha
After Forever
Anathema
Anno Zero
Ayreon
Black Sabbath
Emperor
Engenheiros do Hawaii
Helloween
Iced Earth
Iron Maiden
Judas Priest
Lacrimosa
Lacuna Coil
Limbonic Art
Moonspell
Pink Floyd
Scorpions
Stratovarius
The Dresden Dolls
The Sins Of Thy Beloved
Therion
Vintersorg

Bezerra da Silva
Carl Orff
Fágner
Falcão
Franz Liszt
Fryderik Chopin
Ludwig Von Beethoven
Raul Seixas
Richard Wagner
Sergei Prokofiev
Sergei Rachmaninov
Zé Ramalho

Ayn Rand
David Hume
Friedrich Nietzsche
Harold Bloom
José Ortega Y Gasset
Jean-Paul Sartre
John Stuart Mill


Se gostou desse blog, inclua um botão no seu site 

I support Denmark in its struggle for the freedom of speech