domingo, agosto 21, 2005

Gostaria de avisar à meia dúzia de gatos pingados que me lêem que este blog está de licença psicológica enquanto o seu dono estiver correndo o perigo de perder a mulher que ama.

domingo, agosto 14, 2005

Silogismo simples


Andaram me perguntando por esses dias por que a Constituição de 1988 não presta.

Ora, é muito simples. Acompanhem o raciocínio:

Os nossos políticos não prestam.

A Constituição de 1988 foi feita por nossos políticos.

Logo, a Constituição de 1988 não presta.

sexta-feira, agosto 12, 2005

A Desgraça Africana: De Quem É a Culpa?


Não é ignorada por ninguém a calamitosa situação humanitária na qual se encontra o continente-mãe da humanidade. Num mundo em que, apesar de todos os problemas, o padrão de vida da maioria dos países cresce em ritmo mais ou menos acelerado, na maioria das nações da África, esse padrão caiu muito nas últimas três décadas, e o fundo do poço parece jamais chegar. Numa recente publicação, a revista científica Science elencou entre as 125 grandes dúvidas da humanidade no momento: por que a pobreza aumentou e a expectativa de vida diminuiu na África subsaariana? Economistas, cientistas sociais e políticos se debruçam sobre a questão e não conseguem uma resposta definitiva. Eu tenho meu palpite, que considero ser correto, se não para todas, pelo menos para a maioria dos países africanos.

Uma coisa dá para afirmar com certeza absoluta: as doações em dinheiro e ajuda humanitária em bens sabotam a economia das nações que as recebem, pelo simples motivo de que a cadeia produtiva nacional perde qualquer utilidade. Para que produzir se vêm de graça? A cada saca de alimento a guisa de ajuda humanitária que chega à África, um agricultor africano perde o emprego. O número de demissões na indústria é harmoniosamente proporcional à quantidade de bens de consumo doados. Ao enviar ajuda estamos ensinando os africanos a serem parasitas e desestimulando o trabalho e o investimento como rota de crescimento econômico para essas nações. Mas não é este o ponto central. Quero fuçar um pouco na história.

A saída simplória é culpar a colonização européia pelo atraso e miséria da África. E como toda saída simplória, é a errada. Várias nações asiáticas foram colonizadas pelas mesmas metrópoles e na mesma época, e hoje apresentam indicadores socioeconômicos muito melhores do que a média africana. Muitos (Tailândia, Malásia e Índia, para citar apenas três) estão crescendo vertiginosamente e elevando na mesma proporção o padrão de vida de seus povos há mais de dez anos. Por que esse boom não se verificou na África?

A culpada, a meu ver, foi a Guerra Fria. Ela também afetou a Ásia, mas de forma intermitente e localizada (tecnicamente, apenas no Vietnã e no Afeganistão). Não fez nascer conflitos novos ou alimentar contendas pré-existentes. Na África, a maioria das nações entrou no jogo da dicotomia de poder que dominava o mundo à época. Várias foram as nações dominadas por regimes marxistas (Congo, Angola, Moçambique, Tanzânia, Etiópia, Líbia), e noutras, Estados Unidos ou União Soviética deram sustentação a caudilhos tribais mais ou menos vinculados a um dos lados. Vamos tomar dois exemplos como estudo de caso: Angola e Botsuana.

Angola era considerada uma das colônias mais ricas da África. Luanda, a principal cidade, era chamada de “Rio de Janeiro africano”, pela beleza de sua orla marítima e da arquitetura colonial. A partir dos anos 60, a URSS passou a financiar uma guerrilha marxista o MPLA (Movimento Pela Libertação de Angola). Como Portugal conseguia manter o controle de sua colônia, os americanos, já complicados no Vietnã, preferiram não se meter na questão. Eis que a guerrilha se intensifica, e ao mesmo tempo, cai a ditadura salazarista em Portugal. O novo governo, de inspiração socialista, resolveu fazer a desgraça de Angola: entregou-a de mão beijada aos comunistas do MPLA. Os portugueses residentes na colônia foram embora, levando capitais e know-how tecnológico e administrativo. Como guerrilheiros que eram, os integrantes do MPLA não tinham nenhuma capacidade nem projeto para guiar o país. Uma parte da sociedade angolana, insatisfeita com o governo marxista, criou a UNITA, que encontrou nos EUA, já retirados do sudeste asiático, um financiador. A Guerra fria acabou, mas a guerrilha angolana continuou. Era a única realidade política que o país vivenciava. O petróleo financiava o MPLA, e os diamantes, a UNITA. Trinta anos de governo marxista por si só já são devastadores, com guerrilha então, nem se fala: Angola hoje é uma das nações mais pobres do mundo. A outrora charmosa capital não passa de uma enorme favela a beira-mar. As minas terrestres são o único legado concreto que a independência deixou à nação.

Botsuana, país vizinho, teve sorte diversa. A independência não foi feita na marra, com guerrilhas e contraguerrilhas. Mesmo com a independência, os ingleses residentes permaneceram, e com seus capitais e conhecimento, fizeram a economia continuar andando. As leis de segregação racial foram sendo revogadas paulatinamente. A AIDS surgiu como praga e afeta um terço da população adulta do país, mas nem essa calamidade foi capaz de deter a economia da nação: Botsuana tem renda per capita 50% maior que a brasileira, e à exceção da expectativa de vida, brutalmente diminuída em decorrência da epidemia, todos os seus indicadores sociais são melhores que os nossos. Gabonore, a capital, é uma cidade bela, moderna, encravada no coração da savana africana. Sem a Guerra Fria para atrapalhar, Botsuana conseguiu, na medida do possível, manter um padrão de vida razoável.

Nem todas as nações saíram ricas da tutela de suas metrópoles. Algumas sempre foram pobres mesmo, como as da orla do Saara. Mas creio que em pelo menos três quartos dos países africanos, a guerra fria ou a ascensão de governos nacionalistas ou tribais que expulsaram os colonizadores são os principais fatores de atraso. A história mostra com clareza que todas as nações que se tornam independentes banindo seus colonizadores se estrepam. Aqui na América, o único modelo de descolonização com banimento dos colonizadores foi o Haiti, que em duzentos anos deixou de ser a colônia mais rica do mundo para ser a nação mais pobre do Ocidente. Aonde os colonizadores saíram de repente e ninguém foi preparado para assumir o poder, houve a proliferação de guerras tribais e regimes autoritários de legitimidade duvidosa.

A maneira como foi feito o processo de descolonização da África, moldada pela Guerra Fria, desgraçou o continente negro. Sem essa nefasta influência, a África estaria bem parecida com o sudeste asiático hoje. Algumas nações prosperando (Tailândia, Malásia, Índia, Vietnã, Cingapura, Bangladesh, Sri Lanka) e outras congeladas (Myanmar, Laos, Paquistão, Nepal, Camboja). Só não acredito que os índices de qualidade de vida de grande parte do continente decaíssem de forma tão vertiginosa, como terminou acontecendo.

sábado, agosto 06, 2005

Eram os matemáticos apóstatas?


De acordo com a Bíblia, o valor de pi (para os que dormiram nas aulas de geometria, o pi é a razão entre o perímetro e o diâmetro de um círculo) é 3. O I Livro dos Reis, no qual consta essa informação (7: 23), descreve fatos ocorridos no século IX a.C., e segundo especialistas, foi escrito quatro séculos mais tarde.

Há provas documentais de que desde o século XX a.C. (1500 anos antes do livro dos Reis ser escrito), babilônios e egípcios estabeleceram valores de pi com notável exatidão para a época. O cálculo egípcio menciona 3,16..., algo bem próximo do valor real (3,14159...). Na mesma época em que o livro foi escrito, matemáticos gregos e chineses já haviam calculado valores de pi com até cinco casas decimais de acerto. Baseado no valor de pi conhecido na época, Erastótenes calculou o perímetro da Terra com precisão espantosa (errou por 400 quilômetros, ou seja, com margem de erro de 1%). Ao tomar conhecimento desses fatos, levantei uma dúvida pueril a princípio, mas perturbadora: seria a matemática uma ciência do demônio?

Teólogos dos diversos matizes cristãos concordam em poucas coisas. E uma delas é a veracidade inconteste e perene de tudo que está na Bíblia. Toda e qualquer informação que destoe da Sagrada Escritura é invenção iníqua do demônio, no afã de perverter o mundo e afastar as pessoas de Deus. Então por que os livros de matemática não são queimados? Afinal eles desmentem algo que é dito na Bíblia. E não importa se é algo aparentemente irrelevante: as doutrinas cristãs afirmam que a Bíblia nunca erra, nem no varejo, nem no atacado.

Vou além: os matemáticos zombam de Deus. Com seus cálculos heréticos, mostram que o Todo-Poderoso não conhece as proporções que regem sua criação. Ora, qualquer criança de dez anos, munida de régua e compasso, pode calcular o valor de pi com pelo menos duas casas de acerto (margem de erro de 0,01%). Como o Onipotente pode ignorar algo tão simples? Ou será que ele colocou o valor de pi errado só para confundir a humanidade? Então, ele não é tão honesto e bondoso quanto se diz por aí...

Cristãos de todo o mundo, uni-vos! Rejeitai essa ciência herética que escarnece da Sagrada Escritura! Ponham os tratados de geometria no Índex! Que ardam os matemáticos nas fogueiras da Inquisição! Vocês achavam que apenas a Teoria da Evolução desmente a Bíblia? Pois a matemática também o faz, e de maneira bem mais ridicularizadora. Levantem e lutem, cavaleiros! Por uma cruzada contra a matemática!


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