terça-feira, dezembro 27, 2005

De Criminosos a Cidadãos

Muito ainda se discute a respeito do verdadeiro causador de uma atitude criminosa. Há os que dizem que é questão de “índole”, que o indivíduo será criminoso se sua natureza for criminosa, independente do que se faça para evita-lo. Do outro lado, há os partidários do ditado “a ocasião faz o ladrão”.

Não sou tentado pela primeira vertente, pois me parece determinista demais. Também não acredito plenamente na segunda, embora minhas simpatias caiam a seu favor. Um raciocínio interessante que comecei a fazer um dia dizia respeito aos criminosos de guerra nazistas. Cometeram atrocidades hediondas, mas não faziam o tipo do bandido comum. São um caso clássico de pessoas destinadas a levar uma vida tranqüila e banal que, por conta da história, terminam sendo levadas a serem peças de uma engrenagem maléfica. E se o regime nazista jamais tivesse existido? Que tipo de vida teriam levado os principais criminosos de guerra? Não creio que teriam se tornado criminosos de qualquer forma. Pelo contrário, teriam tido vida e morte sossegadas e seriam enterrados como bons cidadãos. A partir do que se conhece da índole de cada um, tentei inferir o que teriam feito da vida se a história não lhes tivesse dado a oportunidade de dar vazão aos seus piores defeitos:


Hitler: Tinha alguma inteligência, e era sem dúvida, eloqüente. Mas os anos de miséria em Viena mostraram-no orgulhoso demais para tentar subir na vida a partir de trabalho árduo e honesto. Teria continuado na vida de biscateiro e artista frustrado, vendendo aqui e ali alguma aquarela por um preço baixo ou fazendo retratos à mão nas praças públicas. Talvez tivesse finalmente aproveitado seus dotes de orador em alguma agremiação partidária, mas sua intransigência não lhe permitiria alçar altos vôos num país pacificado e estruturado. Na melhor das hipóteses, teria se tornado deputado estadual.


Goebbels: O mais intelectualmente interessante dos nazistas. Bastante inteligente e ambicioso, tornou-se doutor em Heidelberg, e num ambiente político tranqüilo, teria seguido adiante na carreira universitária, até tomar uma cátedra importante. O talento para organização teatral talvez fizesse dele um grande diretor de teatro e cinema. Poder-se-ia ler um letreiro improvável na porta de algum grande teatro alemão: “Hoje, peça de Bretch dirigida por Goebbels”.


Himmler: Moralmente covarde e intelectualmente medíocre. Sua ascensão se deu por conta de seus únicos talentos: articulação de intrigas e obediência canina. Falhou como administrador em todas as funções para as quais foi designado, e sem o regime, o Reichsführer SS continuaria sendo o que era: um medíocre professorzinho primário, que teria uma vida medíocre e uma morte anônima.


Goering: Sua pretensa cultura era pura fachada. No entanto, possuía notável inteligência prática: geralmente captava o ponto central de um argumento complexo e era arguto ao jogar com as fraquezas alheias. Em suma, teria sido um bom advogado. O cinismo necessário em certa dose para o exercício dessa atividade Goering tinha de sobra para que fosse bem sucedido. Provavelmente não seria considerado um ás do Direito, mas seria um advogado bem sucedido financeiramente e respeitado por tal habilidade.


Eichmann: Um mero carreirista, sem grandes talentos, como bem constatou Hannah Arendt na entrevista que fez com ele por ocasião de seu julgamento em 1962. Um burocrata competente e zeloso, não resta dúvida. Alguém incapaz de sequer maltratar uma pessoa com as próprias mãos, mas com zelo e obediência cega a ponto de executar as tarefas mais torpes. Assim Adolf Eichman comandou, detrás de uma mesa, o Solução Final com extrema competência. O serviço público parece ser um destino inevitável para pessoas com este perfil, mas um emprego numa grande empresa também não está descartado. Sem personalidade para ser dono de um negócio próprio, Eichman teria feito carreira e se aposentado com um salário razoável. Talvez até virasse secretário de um governo local ou diretor de alguma empresa estatal, mas não iria além disso.


Mengele: O “anjo da morte” jamais demonstrou ser dotado de vocação para a pesquisa científica. Certamente tinha uma personalidade sádica, mas não a ponto de transforma-lo num criminoso contumaz. Mas era competente no que fazia, e isso o teria tornado um médico de relativo sucesso profissional e financeiro. E com certeza não teria morrido afogado em Bertioga.


Speer: Sem dúvida, um artista nato. Arquiteto de mão cheia, foi em parte responsável pelo encanto hipnótico que as paradas nazistas exerciam sobre a população. Seu talento o teria tornado um arquiteto de renome nacional, por que não mundial. O planeta hoje talvez tivesse diversos prédios e monumentos desenhados por ele. Arrisco-me a dizer que seria o único nazista a ganhar um verbete na Enciclopaedia Brittanica.

Como se vê, quanto mais pomposo é o regime, mais desprovidos de talento e fulgor intelectual são seus integrantes. À exceção de Goebbels e Speer, os outros levariam vidas banais e teriam mortes banais, que sequer mereceriam um obituário na edição de domingo de um jornal provinciano. A história jogou em suas mãos a oportunidade de serem senhores do mundo, ainda que para isso destruindo outras vidas. E eles a agarraram sem titubear. Você que me lê agora, tem certeza que seria capaz de fazer diferente?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Pensata da semana:

"A Argentina é o que o Brasil seria se o PMDB fosse o partido hegemônico na política nacional".

domingo, dezembro 11, 2005

continuação...


Prosseguindo nas análises do sorteio dos grupos, hoje as chaves E a H.

Grupo E

Podemos intitulá-lo de grupo da morte II. Gana está respaldada por uma boa campanha na fase de qualificação e pelo meia Michel Essien, que teve uma ótima temporada em 2004 pelo Lyon e custou seu peso em ouro ao Chelsea. Os Estados Unidos chegaram às quartas no último mundial e têm vários atletas atuando em campeonatos europeus, além de um certame nacional cada vez mais competitivo. Os integrantes europeus da chave, então, dispensam apresentações: a Itália, tricampeâ mundial e com atletas do calibre de Totti e Gilardino, e a República Tcheca, semifinalista da última Eurocopa e que contará com o melhor meiocampista do mundo no momento, Pavel Nedved, além do melhor goleiro do mundo (Cech) e o artilheiro do último campeonato europeu, Milan Baros. Tem time para brigar pelo título.

Grupo F

Não é uma chave fácil. Dessa vez os brazucas não terão nenhum saco de pancada na primeira fase. Croácia e Japão empataram com a seleção em jogos recentes e possuem atletas de alto nível, como os croatas Srna e Kranjcar e os japoneses Kaji e Nakamura. A Austrália também possui um elenco forte e experiente, com destaque para os meias Kewell e Cahill e o veterano Viduka. Apesar disso, o Brasil é favorito ao primeiro lugar, pela tradição e pelos atletas que tem, embora muito provavelmente não consiga ganhar os três jogos. O segundo classificado será aquele que conseguir tirar pontos do time de Parreira.

Grupo G
Dessa vez os franceses escaparam de uma chave difícil como a que pegaram na copa passada. O elenco de Les Bleus é respeitável, e se seus principais jogadores conseguirem se apresentar ao melhor nível, os franceses se credenciam a sonhar com o título. Os sul-coreanos, por sua vez, não jogarão em casa, nem são considerados azarões como em 2002. Por outro lado, vários jogadores já atuam nos melhores clubes da Europa, como Park Ji-Sung e Lee Yong-Pyo, que tiveram uma temporada excepcional pelo PSV Eindhoven. a Suíça resistiu bem a um grupo complicado nas eliminatórias, eliminou a Turquia em Istambul e tem uma equipe coesa e taticamente bem organizada. Se o meia Ziegler revelar todo seu potencial, os suíços podem surpreender muita gente que os estavam considerando a seleção européia mais fraca dentre as apuradas. Já o Togo, bem, à exceção do atacante Adebayor, parece não ter muito o que mostrar. Mas sabe como é, seleções africanas que chegaram com cotação baixa já aprontaram das suas. Vide o Senegal, que, aliás, perdeu a vaga na Alemanha justamente para os togoleses...

Grupo H

A Espanha penou nas eliminatórias, mas mesmo assim conseguiu pela terceira copa seguida uma cabeça de chave. No papel o elenco espanhol é até respeitável: Luis García, Raúl, Torres... Só que as últimas campanhas espanholas demonstraram que falta coesão ao time, pelo que só são favoritos a passar de fase por terem caído num grupo fácil. A Ucrânia finalmente acabou com a sina de morrer na praia em eliminatórias com uma campanha incontestável, tem um elenco equilibrado e um dos melhores centroavantes, senão o melhor, do mundo no momento. Se Shevchenko se exibir ao ápice, a Ucrânia pode chegar às quartas, ou mesmo a uma semifinal. os tunisianos chegam menos cotados, mas dessa vez com um time mais forte dos que nos mundiais anteriores. Namouchi, Benachour e Guemmadia podem fazer os magrebinos surpreender. Por fim, a Arábia Saudita chega ao quarto mundial seguido. Bom para eles, mas só conseguiram ganhar de alguém em 1994, onde contaram com a ajuda providencial do horário dos jogos, disputados ao sol escaldante do meio-dia. Farão muita vantagem se não tomarem goleadas históricas, como os 8x0 para a Alemanha quatro anos atrás. Ou seja, Shevchenko é um ótimo candidato a artilheiro do mundial.

sábado, dezembro 10, 2005

Comunico-vos...

Para vosso (e meu) imenso gáudio que este blog foi citado na Bíblia do Liberalismo na Internet brasileira.

Começou!


Podem dizer que só é pra valer quando a bola rola, mas de fato toda e qualquer competição começa no sorteio que define os enfrentamentos. Um grupo fácil pode fazer uma equipe que nem era lá essas coisas ganhar moral e competitividade para chegar longe, assim como um difícil pode eliminar prematuramente outra que seria natural candidata ao título. Os exemplos estão bem próximos: na Copa passada, um grupo relativamente fácil deu ao escrete de Felipão, que chegara ao Mundial cercado de desconfianças competitividade, ritmo de jogo e moral para crescer dentro da competição e terminar campeão. A Argentina, tida como favorita, pegou um grupo dificílimo e terminou caindo na primeira fase.

Daqui a oito meses estaremos avaliando como o sorteio de ontem foi decisivo para o destino bem sucedido ou malogrado desta ou daquela seleção. Sem mais delongas, portanto, procedo uma análise rápida dos oito grupos. E, finalmente, perdão aos que não apreciam o esporte bretão: nem sempre é possível agradar a todos. Para não alongar demais o post, o dividi em dois: hoje, os grupos de A a D, amanhã o restante.


Grupo A


Barbada total. A tradição, a torcida a favor, e principalmente, Ballack e Schweinsteiger, levarão os donos da casa a um triunfo tranqüilo num grupo bastante fácil, não obstante os outros integrantes estarem indo para a segunda Copa consecutiva. Polônia, Equador e Costa Rica podem ter lá seus méritos, mas não farão frente ao escrete tedesco na Primeira Fase. Qual dos três ficará com a outra vaga, no entanto, não me arrisco dizer; a Polônia tem certa vantagem por ter atletas atuando em campeonatos de nível mais alto, mas numa competição de tiro curto como é a Copa do Mundo coisas estranhas podem acontecer.


Grupo B


Coitado de Trinidad Tobago: um pequinês inexperiente espremido numa briga de rottweilers. A Inglaterra, na minha opinião, tem o segundo melhor time dessa copa: a defesa sólida, o meio campo excepcional (Guerrard, Lampard, Joe Cole e Beckham) e dois atacantes talentosos (Owen e Rooney) formam o melhor time inglês das últimas décadas. A Suécia é experiente, tem um time coeso e suas duas estrelas atravessam ótima fase: Ljungberg e Ibrahimovic. A seleção paraguaia é experiente, tem um bom jogo de equipe e passou da primeira fase nas duas últimas copas, mas sua principal estrela, Roque Santa Cruz, se contundiu e pode não recuperar a melhor forma até junho. Já Trinidad Tobago deve ser um coadjuvante. Importante, mas coadjuvante.


Grupo C


Não é à toa que os argentinos inventaram o tango: assim como a tristeza, o azar parece impregnado na alma argentina. Novamente serão cabeças de chave do Grupo da Morte, assim denominado porque todos os seus integrantes têm chances de passar de fase. A Costa do Marfim tem suas esperanças depositadas em um dos melhores atacantes do mundo no momento: Didier Drogba, do poderoso Chelsea, além de uma equipe que atua quase toda em grandes campeonatos da Europa. A Sérvia-Montenegro é herdeira da boa escola de futebol iugoslava e tem certa tradição em mundiais. Os holandeses chegam credenciados por uma campanha impecável num grupo dificílimo das eliminatórias, e dessa vez possuem o que faltou nas campanhas anteriores: um time unido; prestem atenção no atacante do Ajax, Ryan Babel. Os cabeças de chave, então... Riquelme, Messi, Sorín, Ayala, Aimar e Tévez são nomes que falam por si. Mas num grupo difícil, nem mesmo os argentinos podem se considerar favoritos.


Grupo D


Desta vez inventaram de dar uma cabeça de chave para o México e deixar seleções com duas finais de Copa do Mundo no currículo (Holanda e República Tcheca) no segundo grupo. Vá lá, os mexicanos passaram de fase nas últimas três copas e têm uma estrela pronta para brilhar a nível mundial: o meia Jaime Lozano. Os portugueses chegam com a moral de serem vice-campeões europeus e uma campanha invicta nas eliminatórias, além de uma boa equipe e um craque capaz de desequilibrar qualquer jogo (Cristiano Ronaldo). Angola e Irã, pela pouca tradição, poderiam até ser galinhas mortas num grupo mais complicado, mas numa chave como essa, sem nenhum franco candidato ao título, não se surpreendam se angolanos e iranianos ganharem uns pontinhos inesperados ou até mesmo consigam abiscoitar uma vaga nas oitavas. Olho aberto com Mantorras, angolano do Benfica, e Ali Karimi, do Bayern München e eleito melhor jogador da Ásia na temporada 2004.

domingo, dezembro 04, 2005

Série Reconstituições Históricas: E se... Stalin não tivesse sucedido Lenin?


Após muito tempo sem dar as caras por aqui, a série Reconstituições Históricas está de volta, abordando mais um momento crucial na história do século recém-finado: O que teria sido diferente se Stalin não tivesse sucedido Lenin?

Antes de mais nada, é bom remover um mito constantemente pregado por trotskistas-leninistas (seja lá o que isso signifique), de que Lenin era o herói bonzinho e Stalin perverteu a humanitária e democrática herança do socialismo leninista. Qualquer um que tenha conhecimento histórico e honestidade intelectual sabe que todo o aparato repressor com o qual Stalin aterrorizaria a população soviética nos anos 30 foi montado ainda na gestão leninista: a polícia política (Tcheka) e os campos de concentração (Gulag), e ainda os mesmos métodos (extermínio de opositores, utilização da fome como arma para dobrar as resistências dos camponeses às políticas governamentais... Tudo isso foi criado ainda na gestão de Lenin, que era qualquer coisa menos democrata e humano.

No entanto, havia uma diferença sensível de índole entre os dois. Lenin não era um fanático psicopata como Stalin, tampouco sofria de suas esquizofrênicas manias de perseguição, que o levariam a chacinar milhares de partidários do comunismo e quase toda a velha guarda da revolução no grande expurgo de 1935-1938. Lenin era, sobretudo, um pragmático: em prol da causa que defendia, faria qualquer vileza, mas jamais cometeria crimes por pura satisfação sádica ou por paranóia.

O melhor exemplo disso é o NEP, a reforma econômica com incentivos capitalistas que ele implantou para tentar animar a economia destroçada pelo "Comunismo de Guerra" trotskista. Lenin sabia que, por mais que repetisse as bazófias comunistas em palanque, a revolução não duraria se as pessoas não tivessem a impressão de que a vida estava melhorando. O NEP cumpriu essa tarefa: ao dar um alento a uma economia devastada por quase dez anos de guerra continuada e medidas comunistas puro-sangue, fez o povo acreditar que havia esperança de prosperidade pela frente.

Não há motivos para acreditar que ele mexesse em time que estava ganhando. Lenin deu inúmeras provas de que colocava o senso prático acima das convicções ideológicas. Trotski, como crítico ácido do NEP, não o teria sucedido, como muitos inocentemente acreditam, mas também não teria sido perseguido de forma tão implacável como o foi por Stalin. Terminaria por deixar a URSS, mas de forma pacífica. Poderia sair pelo mundo propagando a "Revolução Continuada" que tanto pregava, mas considerando-se que não o fez na vida real, não há como supor que o teria feito na ficção. Aposto que passaria o resto de seus dias num confortável exílio em algum país capitalista avançado. Teria lá sua parcela de admiradores, mas como não seria assassinado, não seria o mártir que foi, e ainda é, para alguns.

O sucessor de Lenin seria alguém parecido com ele: pragmático e favorável ao NEP (aposto em Bukhárin, que ao contrário de muitos participantes da revolução, era inteligente). Com a ameaça constante das potências ocidentais e o manto do fascismo a se estender pela Europa, tal sucessor se veria estimulado a impulsionar e ampliar o NEP como forma de acelerar o progresso soviético, de modo a fazer frente a quaisquer ameaças que viessem do Ocidente. Resultado: meio século antes de Deng Xiaoping, o mundo teria visto o que hoje conhecemos como Modelo Comunista Chinês: crescente liberalização econômica e manutenção da repressão política.

Sabe-se, por análise dos documentos que precederam a invasão à Rússia, que Hitler só se encorajou a invadir a União Soviética por saber que o exército vermelho estava desfigurado pelo expurgo dos melhores oficiais promovido por Stalin em 1937. Não há razões para acreditar que tal expurgo houvesse acontecido sem ele, e com o crescimento econômico gerado pelo NEP continuado e ampliado, a URSS passaria a impressão de ser uma grande força, desencorajando o ataque nazista. A Alemanha teria ido à guerra, de toda forma, mas apenas contra as potências ocidentais e alguns países do leste europeu com os quais fizesse fronteira. Os soviéticos teriam participado da guerra de qualquer forma, mas na mesma posição dos Estados Unidos: apenas para ajudar a destruir um regime que lhe era claramente hostil, sem jamais ter sido invadida. A Segunda Guerra teria tido um impacto bem menos devastador em perdas econômicas e humanas, uma vez que Hitler não teria conseguido pôr as garras na comunidade judaica soviética, que era a maior da Europa. Nomes como Babi Yar e Stalingrado seriam completamente estranhos à Grande História.

Quanto tempo duraria a dicotomia liberdade econômica-repressão política? Isso ainda não dá para saber, uma vez que a experiência chinesa se encontra em pleno transcurso. Mas não dá para ser assim eternamente. As pessoas só não se importam com liberdade política enquanto estão preocupadas demais em conseguir o prato do dia. Enquanto a população soviética fosse pobre o suficiente para ficar inebriada com o progresso econômico, o modelo se sustentaria. A partir do momento em que já tivesse comida, ia querer diversão e arte (parafraseando os Titãs).

O "comunismo" não desabaria de podre da forma espetacular como aconteceu. Ao contrário, seria gradualmente desvirtuado até virar algo como a monarquia inglesa: puro enfeite sem qualquer efeito prático. Claro que revoluções comunistas teriam acontecido mundo afora, mas a URSS não financiaria tantos regimes como o fez. Fidel Castro seria um ilustre anônimo, e Che Guevara apenas mais um guerrilheiro sem nome que morreu numa das muitas tentativas frustradas de se fazer revolução. Sem comunismo em Cuba, a maioria das ditaduras militares latino-americanas não teria chegado ao poder e nele ficado tanto tempo. Talvez a América Latina já tivesse alguns "Tigres", devido à liberdade econômica e proximidade com os EUA. Assim como a Alemanha jamais teria sido dividida e o Muro de Berlim também não teria existido.


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