sábado, novembro 26, 2005

"Diz-me com quem andas..."


Em mais uma jogada brilhante, a diplomacia lulista anuncia a expansão das representações diplomáticas. Veja aonde o eneadáctilo vai enterrar alguns milhõezinhos nossos:

Guiné (PIB-3,647 bilhões); Guiné Equatorial (PIB-4,489 bilhões); Togo (PIB-2,318 bilhões); Sudão (PIB-25,379 bilhões); Sri Lanka (PIB-22.351 bilhões); Total: 58,184 bilhões; valores em dólares americanos.

Enquanto isso, não temos embaixadas na Eslovênia (PIB-35,106 bilhões); Eslováquia (PIB-50,323 bilhões); Croácia (PIB-35,103 bilhões); Lituânia (PIB-23,702); Chipre (17,144 bilhões); Total: 161,378 bilhões; valores também em dólares americanos.

Vale lembrar que, além de terem um PIB conjunto quase três vezes superior aos novos amigos do Lulalau, essas nações são democracias consolidadas, e com a entrada recente na União Européia, têm perspectivas de progresso econômico bastante animadoras para os próximos anos.

Isso sem falar na bola fora maior: instalando uma embaixada no Sudão, o governo brasileiro está demonstrando formalmente intenções de estabelecer relações de amizade com um governo que move duas campanhas de genocídio, no sul e no oeste do país. O Supremo Apedeuta, não satisfeito em sujar as próprias mãos no sangue das vítimas de Darfur, obriga a todos os brasileiros também fazê-lo.

Concordo que a política externa deva se diversificar, e que estabeleçamos relações diplomáticas e comerciais com o maior número possível de países. Só que, além de terem economias minúsculas, o Brasil expande suas relações diplomáticas com países governados por ditadores corruptos e cruéis. Somente o Sri Lanka é uma democracia.

Enquanto isso, não temos representações diplomáticas em diversos países do leste europeu Nações que se integraram recentemente à União Européia estão ou estarão em breve vivendo um boom econômico. E enquanto os outros correm atrás de acordos, parcerias e boas relações com esses países, nós estamos consolidando alianças com republiquetas miseráveis governadas por tiranos cleptomaníacos.

Daqui a alguns anos vão culpar o FMI e o "capital financeiro" (essa foi uma brilhante expressão cunhada pelo PSOL) pelo nosso fracasso comercial. E lá estaremos nós, de mãozinhas dadas com Theodore Obiang (ditador da Guiné Equatorial que, segundo as lendas, devora os testículos de opositores políticos na crença de que isso aumenta seu vigor sexual), e com a dinastia dos Eyadema, que governa o Togo há 40 anos. Sem falar do carniceiro de Darfur.

Como diria o adágio: "diz-me com quem andas..."

sábado, novembro 19, 2005

Macondo: nossa casa


Numa das muitas passagens e momentos brilhantes desse monumento literário chamado Cem Anos de Solidão, a matriarca da família Buendía, Úrsula, ao ver as diversas gerações de sua família sucedendo umas às outras, lamenta a convicção cada vez mais forte que a história anda em círculos. Além dos nomes se repetirem, as personalidades de seus portadores também são em muito semelhantes, e os mesmos eventos se sucedem, ainda que travestidos em roupagens diferentes.

Ao olhar para a história da América Latina percebi o genial insight de Gabriel García Márquez. Com efêmeras e pontuais exceções, a história latino-americana parece uma molécula de benzeno: dá voltas incansáveis e infindas em torno de si mesma. A independência, movida pelas lutas entre elites aristocráticas e caudilhos populistas, criou esse padrão político do qual os países teimam em não escapar. Aqui e ali aparece uma exceção, mas em termos gerais o padrão é esse.

Quando vejo o prestígio e a popularidade de Hugo Chávez em ascensão na América Latina, cada vez mais me convenço de que Úrsula é melhor que muitos ditos "intelectuais" que vejo por aí. Onde a mídia esquerdista diz haver um líder inovador e progressista, eu só consigo enxergar um caudilho populista a la Vargas e Perón, desses que infestam periodicamente nosso subcontinente há décadas. E me sinto tentado a pensar que a América Latina está fadada a ser eternamente governada por uma diarquia de Aurelianos e Josés Arcadios.


Será que também terminaremos devorados pelas formigas?

domingo, novembro 13, 2005

Pausa para a refeição...


Porque estou simplesmente me lambuzando com este site, um ótimo lugar para se ver notícias sobre este assunto que é minha secreta paixão.

Aliás, é algo que talvez pouca gente saiba: de tanto me vêem falar de política, sequer devem suspeitar que astronomia é uma paixão, para mim, maior que a política ou a economia. Tanto que nunca me empenhei em entender a teoria de formação dos preços ou da inflação, mas já queimei pestanas para entender como ocorre a violação de simetria de paridade envolvendo a Força Nuclear Fraca.

Enfim, cada doido com sua mania. Assim que descer das estrelas, eu reapareço por aqui.

sábado, novembro 05, 2005

Anti o quê?


Não quero entrar na questão da legitimidade ou da razão de ser das manifestações anti-tudo-isso-que-está-aí-e-mais-o-que-vier-pela-frente. Gostaria apenas de questionar seus entusiastas sobre a utilidade delas.


Há anos que elas se repetem incessantemente, e até agora qual o resultado efetivo que elas trouxeram em prol das causas que seus participantes defendem? Até onde eu sei, nada. A política externa americana só tem endurecido e Bush ganhou de forma inconteste um segundo mandato. A Alca continua caminhando, no mesmo passo de tartaruga de sempre, e vários países latino-americanos estão tentanto fechar acordos bilaterais de livre-comércio com os Estados Unidos. A "globalização" esta entidade diáfana que eu nunca compreendi bem a razão de merecer tanta ojeriza, prossegue de vento em popa. Então o resultado dessas manifestações é nulo?


Seria exagero responder que sim. Pois há os beneficiados e os prejudicados com esses movimentos anti-(...). Os beneficiados são os líderes dos movimentos, que têm a sua boa-vida com viagens ao redor do mundo em bons hotéis, enquanto a baixa militância acampa em barracas, toma pancada da polícia e sustenta o dolce far niente dos líderes, que ainda posam de grandes beneméritos da humanidade. Ganham também os governantes demagógicos, que usam esses idiotas úteis como massa de manobra para se manterem no poder e exalar popularidade, posando de grandes estadistas quando não passam de caudilhos oportunistas, como tantos que já se viram pela América Latina, e que parecem ser uma nefasta tradição deste sofrido subcontinente.


Os prejudicados, esses são ainda mais fáceis de serem identificados. Primariamente, os donos dos estabelecimentos depredados pela ação dos vândalos-militantes, que perdem um monte de dinheiro sem expectativa de serem ressarcidos de qualquer forma. Ah, mas eu me esqueço que para os anti-(...) qualquer empresário é um miserável explorador que tem que morrer no paredón. Só que os empresários lesados pelas depredações cortam custos, e qual a maneira mais fácil e rápida de cortar custos? Demitir funcionários. Os militantes vão embora assim que a Cúpula terminar, e deixarão para trás algumas centenas de trabalhadores argentinos desempregados, sem ter como pagar as contas e sustentar suas famílias. Para eles, a situação é ainda mais calamitosa.


E perde a coletividade como um todo, porque sempre o patrimônio público é depredado, e a mobilização do aparato policial é totalmente custeada pelo contribuinte, sejam os moradores dos edifícios chiques da Recoleta ou os habitantes das favelas miseráveis de Buenos Aires. Agora imaginem tais prejuízos num país cuja infra-estrutura está se deteriorando a olhos vistos, que não tem dinheiro sequer para dar uma demão de tinta nos edifícios públicos, e onde, de acordo com o Smart, o aeroporto da capital é deprimente e as ruas estão sujas. Isso na capital! Fosse num país desenvolvido seria igualmente condenável, mas ao menos a população não sentiria tanto o baque. Numa nação que precisa desesperadamente de cada migalha como a Argentina, esse tipo de ação é ainda mais nefasto.


E antes que me chamem de fascista, não sou contra manifestações. Não veria problema se os manifestantes empunhassem cartazes, gritassem algumas palavras de ordem e depois se dispersassem. Mas quem vai para um protesto com pedras e coquetéis Molotov nas mãos não passa de um baderneiro. E movimentos que incentivam esse tipo de comportamento não passam de associações de baderna organizada.


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