sábado, dezembro 22, 2007

O jardim dos caminhos que (não) se bifurcam

Os detratores podem ter lá suas ressalvas e críticas, muitas delas até bem fundamentadas, mas não podem negar o fato de que o futebol muitas vezes transcende sua condição de mera disputa esportiva e de fato incorpora elementos políticos, sociológicos, patrióticos, etc.


Teremos uma boa oportunidade de ver dois desses momentos no primeiro semestre desse ano que em breve se inicia. O sorteio das chaves das eliminatórias asiáticas, por capricho do acaso, da providência ou do destino, de acordo com suas convicções pessoais, colocou as duas Coréias no mesmo grupo (os demais integrantes são Turcomenistão e Jordânia, só a título de informação). Serão dois jogos entre elas dentro do grupo: um em Pyongyang e outro em Seul. A do Sul, como em quase tudo, é superior no futebol: foi às últimas seis copas e tem alguns jogadores atuando nos campeonatos mais competitivos do mundo, enquanto os norte-coreanos só foram à Copa de 66, na Inglaterra. Fizeram uma bela campanha, mas desde então jamais voltaram a jogar o maior torneio do futebol. E nos dias que correm, apesar de terem um bom time para os padrões asiáticos, parecem não ter condições de fazer frente à seleção mais bem sucedida do futebol asiático nos últimos tempos.


Mas o que destaca essas partidas não é o futebol, e sim a simbologia. Imagino os sul-coreanos chegando ao imponente estádio Primeiro de Maio, em Pyongyang, oficialmente o maior do mundo hoje, com capacidade para 150 mil pessoas. Bonito e modernoso, o estádio contrasta de forma gritante com a miséria de um país que precisa chantagear as grandes potências para conseguir alimentar mal seu povo. Por dentro deve ser como por fora. Digo deve, porque o governo da Coréia do Norte não permite que se tirem fotos de dentro do estádio. Como pessoas nascidas e crescidas num país rico e democrático enxergarão um retrato de seu próprio povo acuado e amedrontado por aquela que com certeza é a ditadura mais fechada e implacável do planeta? O que sentirão: medo, alívio, pena?


Outro momento interessante será a outra partida, disputada no sul. Como os norte-coreanos encararão, ao transitar pelas ruas de Seul ao chegar e sair do Estádio Olímpico, obviamente cercados por um forte aparato de segurança para impedir defecções, pela janela do ônibus, um país formado pelo mesmo povo, tão parecido e ao mesmo tempo tão abissalmente diferente do deles? Como os habitantes de uma das duas únicas ditaduras de partido único que seguem aferradas aos dogmas marxileninistas verão a imagem especular do seu país, uma democracia capitalista próspera, integrada ao mundo e cuja excelência na qualidade de ensino é referência até mesmo para as grandes potências do ocidente? Que conclusões tirarão acerca de tudo isso?


Em tempo: se passarem pela primeira fase, e tudo indica que passarão, Cuba e Estados Unidos também cairão no mesmo grupo das eliminatórias da Concacaf. Agora que os EUA já tem um calendário futebolístico regular e futebol profissionalizado, quantos atletas da seleção cubana desertarão em prol de tentar a sorte em uma das muitas ligas profissionais e semiprofissionais existentes nos Estados Unidos? Se até esportistas consagrados e mimados pelo regime fogem, que dirá os pobres-coitados que praticam um esporte que a maioria dos cubanos conhece só porque um argentino que era muito bem nele se hospedou no país enquanto tentava se livrar das drogas? Esses sabem que não têm futuro algum ficando em Cuba. Apesar do futebol ainda ser um esporte exótico e, pasmem, um tanto feminino para o americano médio, lá eles terão muito mais chances de ganhar a vida chutando e cabeceando uma bola.

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Notícia de jornal velho

Emergentes vão compensar queda de ricos em 2008.

Faz mais ou menos uns vinte anos que o grosso do crescimento mundial (e aqui estamos falando em coisa de 70 a 80%) é puxado pelos países pobres, notadamente os chamados "emergentes". O notável é que até hoje se ouve aquela cantilena de que a globalização é excludente e está ampliando o fosso que separa nações ricas de nações pobres. Os índices de crescimento da economia mundial desmentem rotundamente essa tese, como a reportagem acima demonstra, e já há algum tempo.

Outra mentira antiglobalização e anticapitalista que é pega de calças curtas pela matéria, e que também é novidade que já tem dez anos de existência: a África Subsaariana será a região com maior crescimento econômico do mundo depois do leste asiático. O que as viúvas da URSS nunca lhe contaram é que nos últimos dez anos a África negra cresceu em média 5%, o que fez os índices de pobreza por lá caírem. Aí você pergunta: como ninguém me avisou disso? Ora, porque não interessa aos apologistas do ocaso do capitalismo globalista mostrar essas coisas. Você, inocente útil, tem que achar que o terceiro mundo está em petição de miséria.

Há diferenças entre o crescimento da África e o do Leste da Ásia. Enquanto o último vem andando em ritmo de trem bala, puxado por exportações de produtos de alta tecnologia, a África Subsaariana se beneficia da valorização dos produtos primários, notadamente minérios, petróleo e commodities agrícolas. O que desmonta outra tese cara aos Teóricos da Dependência, que sempre afirmaram que países que exportam produtos primários não enriquecem (e a Austrália e a Nova Zelândia, que ficaram ricas vendendo carne, lã, cereais e minérios?).

E há mais razões para otimismo: alguns dos mais sangrentos conflitos africanos acabaram (Serra Leoa, Angola), ou arrefeceram em intensidade (República Democrática do Congo, Sudão, Costa do Marfim) e a democracia ganhou espaço, e embora ainda reste muito autoritarismo e corrupção no continente, a maioria das nações africanas conseguiu conciliar estabilidade política e crescimento econômico na última década.

As viúvas do comunismo, cujo espécime mais notório está chegando aos três dígitos de idade por esses dias, se roem de ódio, mas a verdade é essa: o mundo é um lugar muito melhor hoje do que era na época da Guerra Fria, e grande parte disso se deve ao fim dos regimes comunistas e de sua mãe-alien.

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quinta-feira, dezembro 13, 2007

É complicado?

Pobreza material é pura e simplesmente falta de dinheiro.


Logo, a única maneira de sair da falta de dinheiro é ganhar dinheiro. Se uma família é pobre, ela sairá dessa situação aumentando a renda familiar até chegar ao patamar de não-pobreza.


Mas há quem pense diferente, que basta redistribuir a renda. Para uma família deixar de ser pobre, de acordo com essa visão, basta os membros economicamente ativos da casa distribuírem melhor a renda que recebem e, voilà, a pobreza está solucionada.


Alguém poderia objetar que o montante total de renda não se alterou, ou seja, na verdade o que se distribuiu foi a pobreza mais igualitariamente para todo mundo. E não importa o quão igual seja essa distribuição, no total a família continua tão pobre quanto antes.


Ao longo do século passado, várias nações aplicaram esse raciocínio redistributivista, e o resultado prático foi exatamente o que é teoricamente óbvio: tais sociedades se tornaram igualmente indigentes. Se antes alguns tinham papel higiênico e outros não, agora todos tinham que usar as páginas do jornal oficial do regime para fazer seu asseio íntimo. Há quem ache que todo mundo ser igualmente pobre é o máximo. As pessoas, felizmente, não pensam assim, e na primeira oportunidade que tiveram derrubaram os regimes que as mantinham nessa situação. E desde então nenhuma, absolutamente nenhuma, quis retornar aos áureos tempos de pobreza em massa.


Pobre gosta de dinheiro. Quem gosta de pobreza é intelectual de esquerda. Pobreza para os outros, que fique claro, que eles não abdicam o dolce far niente de criticar o "capitalismo selvagem" tomando um Romanée-Conti num bistrozinho exclusivo do Boulevard de Montparnasse, sem jamais atentar para o fato de que essa garrafa de vinho bancaria um ano de cesta básica para essa família pobre que eles dizem defender. Os empresários e banqueiros que tenham suas fortunas confiscadas em prol da coletividade. Os milhares (milhões) que eles possuem em suas contas não devem ser socializados com a patuléia ignorante. E por que não? Ora, porque eles, ao contrário desses empresários cúpidos e insensíveis, têm "consciência social".

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Por que será?

Por que as pessoas que se recusam a acreditar no noticiário político da chamada "Grande Mídia" sempre se inclinam a acreditar piamente quando essa mesma mídia que eles clamam vendida traz noticiários alarmantes sobre o clima? Há algo que desacredite uma parte das notícias desses meios de comunicação e mantenha a credibilidade de outras? Ou será que essas pessoas que se dizem "críticas" apenas acreditam nas notícias que favorecem às suas convicções pessoais?


Eu aposto na segunda.

sábado, dezembro 01, 2007

Boa idéia!

Se colocarem esse jogo nas lojas, eu tô na ponta da fila na loja para comprar!


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