segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Acampamento

Estou passando o exílio, ops, carnaval na casa de um primo, e se não postei nada ultimamente, isso se deve tanto à falta do que dizer quanto ao fato de estar sem PC há mais de uma semana. Devo voltar em breve.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Melancholy of the Things Past


Hoje me entreguei a um passatempo ao mesmo tempo fútil e valioso: relembrar.

Nestes tempos de MSN, ninguém mais deve lembrar do IRC, que há coisa de dois ou três anos era o que havia em matéria de chat (reinava junto com o ICQ). Comecei a freqüentar chats exatamente nesta época, e durante uns dois anos fiz amizades e inimizades a um ritmo nunca antes e desde então jamais equiparado. Por preciosismo, ou simplesmente por ser um historiador nato, guardei e guardo todos os logs importantes.

Esta noite, sem ter o que fazer, resolvi dar uma fuçada nos arquivos. Passei umas boas três horas lendo conversas datadas de um período que vai de 2002 a 2004. Parece ser pouco tempo, mas no ritmo em que as coisas aconteceram na minha vida nesse ínterim, a mim parece que tudo aquilo ocorreu há décadas. Acho que devido ao fato de eu me sentir um pouco velho aos 22 anos de idade. Ao olhar e analisar tudo com a imparcialidade fria que apenas a distância temporal pode proporcionar, percebo que coisas como amor, ódio, decepção, esperança, frustração, felicidade, o implacável moinho do tempo converte em uma suave e tenra melancolia. O que antes era sensação arrebatada está fadado a se tornar recatada nostalgia.

O que me fez remeter à obra de Marcel Proust. O título em inglês de sua principal obra não seguiu ao pé da letra a tradução do original A La Recherche du temps perdú. Por outro lado, Remembrances of the things past traduz melhor o espírito da obra do que o português Em busca do tempo perdido, que segue mais ao pé da letra o título original. Aliás, Melancholy of the things past cairia ainda melhor.

Quando se está meio perdido, nada como evocar amigos e amores do passado.

sábado, fevereiro 11, 2006

A Solução É Simples

No decorrer destas últimas semanas, várias manifestações de intolerância, ódio e incitação à violência e ao terrorismo foram vistas em plena Europa. Nas grandes metrópoles do continente, milhares de muçulmanos empunharam cartazes com mensagens do tipo: "Europe, you will pay, Bin Laden is the way". Ou "Be prepared for the REAL Holocaust". E muitas outras de idêntico teor.

Todo mundo sabe quem são os incitadores e comandantes dessas manifestações. Eles não estão refugiados em longínquas teocracias islâmicas, fora do alcance das leis e governos europeus. Eles estão em plena Europa, têm residência fixa, pregam em mesquitas que todos sabem onde ficam, possuem até nome listado na Previdência Social, e recebem polpudos benefícios sociais. Como se não bastasse, são recompensados por pregarem a destruição do continente que os acolheu.

As comunidades islâmicas radicadas na Europa estão convulsionadas, e os maiores responsáveis são os mulás e imãs residentes em solo europeu, que educam e orientam seus fiéis para o ódio. Os desempregados muçulmanos são mera massa de manobra, influenciados pela pregação radical destes líderes espirituais, já que o Islã não tem clérigos. Será que só eu enxergo uma solução simples e eficaz para esse mal?

Toda nação européia tem seu próprio serviço secreto. Então por que não se procede a uma metódica caçada com o objetivo de seqüestrar e assassinar estes líderes? Cada mulá muçulmano que profira incitações ao crime deve desaparecer no dia seguinte, ou, de preferência, aparecer morto no dia seguinte. Que se infiltrem espiões em cada comunidade muçulmana européia para que se saiba o que está acontecendo no seio de cada uma. Com tantos desempregados e subempregados, não seria nada difícil recrutar entre os próprios muçulmanos tal tipo de agente. Que se crie grupos especiais de assassinato de todo líder muçulmano que esteja envolvido com práticas ou incitações ao terrorismo ou à intolerância.

Sim, eu sei que isso é uma subversão ao Estado Democrático de Direito que tanto queremos defender e preservar. Mas não acredito que exista alguém ingênuo a ponto de imaginar que nações democráticas não tenham serviços secretos que executem esse tipo de "trabalho sujo". A CIA e o Mossad, para ficar em apenas dois exemplos, não desconhecem tais práticas, e ninguém põe em dúvida que Estados Unidos e Israel sejam países democráticos. Porque o fato é que não há como tolerar quem não nos tolera. A tolerância deve, e tem que ser uma via de mão dupla. Não adianta ser pacifista com quem lhe ameaça. Ou você neutraliza o poder de fogo de quem te ameaça, ou ele inevitavelmente cumprirá a ameaça. Se alguém diz "vou matá-lo", você não vai tentar conversar com ele. Vai armar-se e matá-lo na primeira oportunidade que tiver.

Eu sei também que o mundo não é tão róseo quanto os pacifistas gostariam que fosse. Discursos humanitários nunca conseguiram deter quem tenha a firme determinação de passar por cima dos preceitos humanitários. O mundo viu isso claramente nos anos 30: todos adotaram uma retórica de conciliação perante Hitler, quando ele afirmava em altos brados seus objetivos expansionistas e genocidas. Não deu certo naquele tempo, não dará certo agora.

Claro que não podemos sair matando todo homem de turbante e toda mulher de véu que aparecer pela frente. Acredito que o muçulmano comum não é o nosso real inimigo. Ele é insuflado por seus líderes intolerantes, estes sim, o câncer da Europa. E um câncer tem que ser violentamente extirpado. Omar Bakr embolsou 300 mil libras em benefícios da Previdência Social inglesa enquanto pregava a Jihad para a destruição do Ocidente infiel. Abu Hamza há anos prega o terrorismo e a subversão das leis e pegou sete anos de prisão, que por meio de malabarismos jurídicos se tornarão três, e logo estará de volta à ativa. Anjem Choudari disse que o dever do bom muçulmano é lutar para exterminar o modo de vida ocidental, e flana livre e impunemente pelas ruas de Londres, enquanto uma defensora da Europa como a somali naturalizada holandesa Aayan Hirsi Ali é obrigada a viver eternamente cercada por guarda-costas armados.

O que custa cada governante europeu reunir seu serviço secreto e dar ordem de caçada e extermínio sistemático desses inimigos declarados da Europa? Isso poria os muçulmanos ainda mais em polvorosa? No começo sim, mas em breve os mulás e imãs se calariam, com medo das represálias. Os muçulmanos moderados poderiam ter liberdade para pregar um Islã menos intolerante e dogmático, liberdade que hoje eles não possuem porque os extremistas os ameaçam. Do jeito que aí está, somente os jihadistas têm voz ativa entre os muçulmanos europeus. Os moderados só terão sua vez de falar se os extremistas forem calados, e a única maneira de fazê-lo e à força.

Será que custa entender?

domingo, fevereiro 05, 2006

O Significado da Música de Beethoven

Em dezembro do ano passado, o governo do Irã proibiu toda e qualquer forma de música ocidental do país, com ênfase na música de Ludwig Von Beethoven. Este artigo de Ivan Hewett nos mostra o porquê do compositor alemão ser tão temido.


Nós precisamos lembrar o que a música de Beethoven significa

Ivan Hewett

Em toda a apreensão sobre o aparente movimento do Irã rumo a tornar-se uma potência nuclear, outro sinal preocupante do rumo que as coisas estão tomando naquele país praticamente não tem sido noticiado. No último 19 de dezembro o Supremo Conselho Cultural da Revolução decretou uma norma que bane a música ocidental. “É necessário proibir a divulgação de música indecente e ocidental da República Islâmica do Irã”, disse o conselho, acrescentando que “supervisionar o conteúdo de filmes é enfatizado, com o objetivo de apoiar o cinema espiritual e banir vulgaridade e violência”.

Mesmo antes do banimento, o novo humor se fez sentir. Em novembro, uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Teerã da Nona Sinfonia de Beethoven foi atacada por comentaristas religiosos conservadores na imprensa, e desde então o regente da orquestra, Ali Rahbari deixou o país. Quanta diferença para a época do Xá, quando a música ocidental era bem-vinda. Olhando para trás, aquela era agora parece o último suspiro do movimento nacionalista e ocidentalizante que se espalhou pelo Oriente Médio no começo do século XX. A Turquia abriu caminho, graças à violenta agenda modernizante de Mustapha Kemal “Atatürk”. Um teórico do novo Estado perguntou, retoricamente, qual o melhor estilo de música para a Turquia: islâmica, música popular turca ou música ocidental? Não a primeira, ele respondeu, mas definitivamente as duas últimas.”Música popular é nossa cultura, música ocidental é a música da nova civilização. Nenhuma das duas pode ser estrangeira para nós”.

Quem ousaria dizer isso agora? Como apontou um recente artigo de Daniel Pipes no Middle East Quartely, para onde quer que você olhe no Oriente Médio, a música ocidental está sob ataque. Ele cita um muçulmano tunisiano que escreveu: “A traição de um árabe começa quando ele passa a gostar de ouvir Mozart ou Beethoven”. Na Arábia Saudita, o Centro Cultural Rei Fahd, construído a um custo escandaloso nos anos 80 para executar concertos ocidentais, tem ficado mais ou menos vazio desde que líderes religiosos condenaram a política de “concertos mistos”, onde mulheres e homens ficavam juntos na platéia. Em uma reunião fundamentalista em Istambul no final dos anos 90, um palestrante declarou: “essa é a verdadeira Turquia, não uma multidão a esmo que sai para ver a Nona Sinfonia”.

O fato é que a Nona de Beethoven é preferida pelos detratores para apontar a razão pela qual o ocidente é tão desacreditado. Ela fala de liberdade, irmandade de todos os homens independente de raça ou credo. Ela não pode ser música para os ouvidos de Mahmoud Ahmadinejad, que gostaria de ver Israel “varrido da face do mapa”.
I
gualmente mau seria o modo como a música ocidental excita poderosos e “impuros” sentimentos. O Aiatolá Khomeini, que instituiu a primeira proibição à música ocidental em 1979, disse que “a música entorpece a mente porque ela envolve prazer ou êxtase, similar às drogas. Ela destrói nossa juventude, que se torna evenenada por ela.

O estranho desses pronunciamentos é o modo como eles encontram eco no que Platão disse sobre a música dois milênios atrás. Ele queria banir todos os costumes que enfraquecessem o vigor dos guerreiros. A melhor harmonia era aquela que “imita as expressões e acentua o engajamento do homem na arte da guerra”. Eu me confundi quando li essas coisas. O liberal que há em mim diz que este é um ultrajante assalto à liberdade individual. Outra parte diz “Isso não vai funcionar de jeito nenhum”, que era certamente a lição da proibição iraniana. Mas outra parte de mim tem um furtivo respeito pela visão de mundo que dá à música tão grande importância. Às vezes pode parecer que a nossa liberdade meramente traz um sentimento de saciedade, e faz da música um mero passatempo.

A proibição é uma lembrança atual dos valores da música que ocasionalmente esquecemos. Precisamos nos lembrar do que a Nona Sinfonia de Beethoven significa, e que bem como ser divertida ou intoxicante, a música também pode ser lixo, ou elevadora, ou sublime. É apenas por termos rápido acesso a todo tipo de música que nós podemos fazer nossos próprios julgamentos. A liberdade de ouvir o que queremos nos dá—se optarmos por usá-la—aquela liberdade essencial que seres morais como Platão ou Khomeini gostariam de nos tomar.

sábado, fevereiro 04, 2006

Dois breves comentários


Nesse período de ausência, o mundo muçulmano mais uma vez voltou a estar em evidência. E negativamente, como não podia deixar de ser.

Primeiro, o partido dos homens-bomba chega ao poder na Palestina. O que, na verdade, é muito bom. Agora não haverá mais espaço para as mentiras, a corrupção, a incompetência e a vacilação da Fatah. O legado de Arafat ia ruir em algum momento, pois foi construído em cima de alicerces podres. Mas eu não esperava que fosse tão rápido.

Agora é tudo ou nada. Só o Hamas pode fazer a paz, assim como só ele pode decretar a guerra total. Conciliação ou aniquilação, são as duas únicas alternativas. Parece que finalmente esse quiproqüó vai chegar a um fim.

A outra, mais recente, é a polêmica das charges de Maomé. Enquanto os governos ocidentais se cagam de medo e os muçulmanos vomitam ameaças, os jornais do mundo inteiro estão dando um show de coragem e honradez, ao não se curvar de joelhos perante a intolerância dos amputadores de clitóris. Enquanto isso, os jornais brasileiros se limitam a reproduzir a Querela das Gravuras, sem tomar uma posição firme a favor da liberdade de expressão. O que só confirma o fato de que ainda não evoluimos o suficiente para fazermos parte disso que se convencionou chamar de civilização ocidental. E sei que não haverá de faltar covardes que aceitem prostituir sua liberdade em troca de seus pescoços imundos.

Quem não luta pela sua liberdade não merece tê-la.


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