terça-feira, junho 28, 2005

As 12 Leis da Burocracia Estatal

1.Lei da Prioridade: “Insista bastante tempo em que há uma necessidade e ela aparecerá. Ignore bastante tempo uma necessidade e ela desaparecerá”.

2.Lei da Solução dos Problemas: “A maior causa dos problemas são as soluções. Por trás de todo grande problema existe um pequeno problema lutando para crescer”. Corolário: “Jamais resolva problema algum”.

3.Lei da Decisão: “Se você pode evitar uma decisão, evite-a. Se conseguiu alguém que possa evitar por você, não o evite. Se ambos não conseguem evitar a decisão, sugiram a criação de uma comissão”.

4.Lei do Orçamento-Programa: “As despesas devem se expandir até o consumo tota da verba. O tempo necessário deve se estender além do prazo limite”.

5.Lei da Revisão: “Nunca haverá tempo para se fazer certo, mas sempre haverá tempo para se refazer”.

6.Lei do Empenho (1): “Deve-se evitar ao máximo o término de um trabalho. Quando um trabalho está atrasado, os envolvidos não recebem novas incumbências”.

7.Lei do Enpenho (2): “Nunca se torne insubstituível. Quem não pode ser substituído também não pode ser promovido”.

8.Lei da Responsabilidade: “Se mais de uma pessoa é responsável por um erro de cálculo, nenhuma o é”.

9.Lei da Comissão: Quando a solução de um problema exige muitas reuniões, com o tempo as reuniões se tornam mais importantes que o problema”.

10.Lei do Cronograma: “Um projeto mal planejado demora o triplo do tempo previsto. Já um projeto bem planejado deve demorar, no máximo, o dobro”.

11.Lei da Pressa: “Nunca deixe para amanhã o que pode ser feito semana que vem”.

12.Lei da Reciprocidade: “Nunca acuse seu chefe de incompetente. Se ele não o fosse, você já teria sido despedido”.

Extraídas da coletânea de artigos de João Mellão Neto, Nu com a mão no bolso. Um pequeno apanágio de grandes preciosidades que me custou míseros dois reais.

domingo, junho 26, 2005

Na cama com Heloísa Helena


Esqueçam a imprensa, os artistas ou os pensadores. Quem melhor compreende o Brasil e está preparado para falar dele são os humoristas. No país do riso fácil, onde mesmo a maior tragédia degenera em farsa, são eles que representam o espírito nacional, e por isso estão mais autorizados a falar sobre ele. Esqueça os brasilianistas, tanto os brasileiros como os estrangeiros. São os comediantes que nos entendem melhor. E como acredito neles como porta-vozes da nação, consumo todos os programas e sites de humor que estão ao meu alcance. Na terça-feira, portanto, após chegar da universidade, fui assistir ao Casseta e Planeta.

O mensalão, como não poderia deixar de ser, foi o assunto do dia. Mas os sete comediantes foram além: mais precisamente, ao Congresso Nacional entrevistar deputados e senadores e conferir como anda a verve dos beneméritos representantes da nação. Artur Virgílio (PSDB-AM) e meu conterrâneo Heráclito Fortes (PFL-PI), demonstraram que são capazes de fazer piadinhas, o amazonense inclusive estava muito à vontade para caçoar dos entrevistadores. E eis que eles pegam Heloísa Helena (PSOL-AL) para algumas palavrinhas. Começaram com uma pergunta boba e uma insinuação engraçadinha para fazer a senadora completar com algo espirituoso. E vejam com o que ela se saiu: "é, amigos, os banqueiros enchem seus bolsos enquanto esvaziam o prato do trabalhador brasileiro...". Assim, do nada, sem que sequer fosse mencionada a atividade financeira.

Concordo que é suficiente apenas para despertar náuseas. Mas como o senso de normalidade não é lá meu forte, embarquei em sinuosas conjecturas: se a senadora não consegue descontrair nem mesmo numa entrevista aonde sua função é apenas dizer algo engraçado, será que ela consegue largar a arenga esquerdista em outros momentos, digamos, menos políticos? Indo direto ao ponto, será que ela repete as baboseiras canhotas mesmo quando está na cama?

Alguns dirão que a cama, com as possibilidades que ela sugere, não é lugar para falar. É sim, tanto no antes quanto no depois. Mas há de se ter tato sobre o que se fala em tais momentos. Por mais ideologizada que a pessoa seja, creio que mesmo as convicções mais arraigadas não resistem ao passeio intrépido de línguas e mãos, capaz de fazer o ímpeto de qualquer doutrina silenciar em frêmitos de êxtase, e que a melhor coisa a fazer quando se está a sós com uma boca que vomita ideologias é calá-la a base de beijos.

Mas como supor que toda essa teoria dá certo com alguém que perde a piada, mas não perde a chance de bravatear? Advertência para os (as) gatos (as) pingados (as) que me lêem: a melhor maneira de testar o desempenho afetivo e sexual de alguém sem fazê-lo in loco é verificar-lhe o senso de humor. Nem toda pessoa engraçada é boa amante, mas todo mal-humorado é uma negação debaixo dos lençóis. Pense em como deve ser broxante passar a noite ouvindo alguém falar-lhe dos bigodes de Stalin à barbicha de Che, passando pela careca de Mao. Alguém que não sabe aveludar sensualmente a voz, mas apenas grasnar babaquices aprendidas na época do colegial daquele professorzinho de história, que muito provavelmente sofria de alguma disfunção sexual mórbida, não é boa companhia para se ter do outro lado da cama.

Melhore sua vida afetiva: aprenda a ridicularizar suas próprias convicções. Levá-las a sério demais vai lhe tornar uma pessoa amarga, maçante e pernóstica. E broxante. E se você for assim, sai de perto de mim, urubu!

domingo, junho 19, 2005

Eu me rendi. Pero no mucho...


Depois de muito perguntarem até quando eu resistiria à moda dos fotologs, finalmente decidi entrar nessa onda. Mas não se trata de mero narcisismo, embora não considere essa postura intrinsecamente ruim. Resolvi utilizar os fotologs para pôr em prática um antigo projeto: o de homenagear meus ídolos mortos.


A princípio, é algo que eu poderia fazer aqui mesmo. Mas não com a mesma praticidade, além do mais, eu queria um espaço exclusivo para tais homenagens, e o blog é, e continua sendo, um espaço para expressar minhas opiniões, acima de tudo. Daí veio a idéia de fazê-lo num fotolog, e assim nascia o projeto In Memoriam, um fotolog temático, aonde aparecem apenas pessoas que eu admiro e que já morreram, com uma breve biografia e motivos pelos quais o homenageado granjeou minha admiração.


E, para maior comodidade de todos, o fiz em dois endereços: http://www.flogao.com.br/inmemoriam e http://www.fotolog.net/joaophilippe . Ajuda e sugestões de futuros homenageados serão bem vindas.

domingo, junho 12, 2005

O que eu tenho a ver?


Há uma coisa que nunca consegui entender em debates políticos: por que se discute neles acerca de conflitos étnicos/ nacionalistas / religiosos? O que pode bem ser visto na questão Israel x Palestina é a contaminação ideológica em um conflito que nada, mas nada mesmo, tem de ideológico. E quem começou com essa história toda? Como sempre, a esquerda. Ao tomar o antiamericanismo como bandeira, passou a dar pitaco em tudo que os Estados Unidos fizessem, ainda que não tivesse nada a ver com o conflito ideológico entre direita x esquerda. A partir de então, passaram a tomar a causa palestina como bandeira.

O que a causa palestina tem a ver com direita x esquerda? Nada vezes coisa nenhuma. Fatah, Hamas, Jihad Islâmica, Hezbollah, Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa... Nenhum desses movimentos jamais demonstrou seguir um programa esquerdista. Aliás, à exceção da Fatah, nunca seguiram programa nenhum, pois sequer são movimentos políticos, mas sim milícias de guerra, que primeiro querem o poder para depois decidirem o que fazer com ele. A própria Fatah de Arafat apenas assumiu uma faceta política pela necessidade de gerenciar a nesga de poder que ganhou com os Acordos de Oslo, e nunca demonstrou seguir uma linha politicamente definida. Podemos até dizer que nunca tivemos a oportunidade de ver o projeto político de agremiações palestinas, uma vez que jamais tiveram a chance de exercer poder no sentido lato do termo. A causa palestina virou bandeira da esquerda por pura birra com os americanos. Apoiassem eles o lado palestino, os canhotos migrariam em massa para o lado de Israel e considerariam Ariel Sharon um oprimido pelo imperialismo árabe-estadunidense.

E como a direita reagiu a essa politização do impolitizável? Da pior maneira possível: assumindo a defesa por muitas vezes intransigente de Israel. Ou seja, comprando a farsa vendida pela esquerda de que a questão da Terra Santa tem alguma coisa a ver com política. E com isso, todo aquele que se diga de direita ou de esquerda é obrigado a opinar a respeito do conflito Israel x Palestina, como se ele tivesse alguma coisa a ver com política.

A prova de que não tem nada a ver com política é que os outros conflitos étnicos/ territoriais com nuances religiosas não merecem a atenção de direitistas e esquerdistas. O que você pensa sobre o conflito de hutus e tutsis na África Central? Sobre os conflitos entre animistas, cristãos e muçulmanos no Sudão? Sobre os movimentos separatistas de republiquetas russas? Sobre a independência da Transnístria? Sobre a Caxemira? Sobre as dezenas de conflitos étnicos e religiosos da África? Sobre o separatismo de Mindanao, nas Filipinas? Sobre as aspirações do movimento Tâmil, em Sri Lanka?

Todos esses conflitos são idênticos ao israelense-palestino. São étnicos, territoriais e religiosos. Pouco, ou nada, têm a ver com política, a não ser o fato de envolver esta ou aquela potência. Cada qual tem nuances próprias e devem ter soluções próprias. O que eu penso sobre o conflito entre judeus e palestinos nada tem a ver com minhas convicções políticas, e quem quer que as envolva no julgamento de questões como essas demonstra desconhecimento ou má-vontade. Ser a favor da Palestina para birrar com a direita ou a favor de Israel para birrar com a esquerda é mais do que burrice, é inutilidade. Pessoas assim precisam estudar história recente e verificar que os conflitos ideológicos caíram de moda. Com o fim do conflito em Angola, a guerrilha colombiana é o último conflito político-ideológico que restou no mundo. Sobre ele faz sentido pensar em termos políticos. Sobre os outros, não têm nada a ver com minhas convicções políticas e não me afetam de nenhum modo. Estou me lixando para eles.

Maravilha de saldão


Andei pelo SaliPi (São do Livro do Piauí) nessa sexta e achei um sebo que vendia livros a R$ 1,99. Enchi tanto a mochila que quase não consigo carregá-la até a universidade. Foram sete livros, entre eles, John Updike, Marguerite Yourcenare Jorge Semprún.

Mas a menina dos meus olhos mesmo é Nu com a mão no bolso, uma coletânea de artigos do João Mellão Neto publicados na Folha e no Estado de São Paulo. Fui devorando o livro assim que o comprei, é sensacional. Artigos escritos nos anos 80 que continuam extremamente atuais.

Não é todo dia que se sai com um João Mellão e um John Locke na mochila. Até 2006, SaliPi!

sexta-feira, junho 10, 2005

Profissão de Fé Liberal

Enquanto não aparece nada de bom para fazer, ponhamo-nos de pé e recitemos nossa profissão de fé:


Creio no liberalismo todo-poderoso

Criador da riqueza e da liberdade

E em Adam Smith, seu grande interpretador

Que foi concebido pelo poder do iluminismo

Nasceu na Grã-Bretanha

Padeceu sob Karl Marx

Foi desqualificado, achincalhado e espezinhado

Desceu à mansão da União Soviética

Ressuscitou ao final da década de 80

Subiu ao consenso de Washington

Está sentado à direita do progresso e da democracia

De onde há de espalhá-los para o resto da humanidade

Creio na propriedade privada

Na liberdade de iniciativa

No valor do indivíduo

No livre comércio

No estado mínimo

Na economia de mercado

Amén

sexta-feira, junho 03, 2005

TV Assembléia: sou a favor!


A Assembléia Legislativa do Estado do Piauí está em vias de criar o seu próprio canal de TV, depois de muito choramingar por recursos extras. Os parlamentares endossam a medida, dizendo que com ela a assembléia estará “mais próxima do povo”, e que com ela o eleitor conseguirá controlar de perto a atuação do picareta que elegeu. Ledo engano. Num estado aonde quase metade da população mal escreve um bilhete de três linhas, são poucas as pessoas capazes de compreender alguma coisa do que seja dito no plenário. E mesmo que tivessem capacidade, faltaria a vontade. O projeto tem o claro objetivo de arrumar ainda mais emprego para apaniguados que jamais irão trabalhar, como o presidente da casa reconheceu, em tom de deboche diante das câmeras de TV em horário nobre, que se todos os funcionários lotados na assembléia aparecessem para trabalhar no mesmo dia, o prédio ruiria por sua estrutura não suportar a quantidade.

Dito isso, fica fácil dizer que o projeto não atende a nenhum interesse popular e se destina apenas ao empreguismo rasteiro, e mais fácil ainda é ficar contra. Não é o meu caso. Sou completamente a favor da criação da TV Assembléia. Não por seus objetivos edificantes, que inexistem. Mas pelas boas doses de humor explícito que certamente nos irá proporcionar.

Quem duvida de mim que assista a TV Câmara ou a TV Senado, congêneres nacionais do embrionário projeto piauiense. A começar pelas esdrúxulas combinações de roupas dos parlamentares, é diversão garantida. Desato em gargalhadas convulsivas ao ver um deputado com a cara amarfanhada pelo sono discursando com voz de quem bebeu uma garrafa de uísque e de tal forma vestido que você se pergunta se o emérito representante do povo se lembrou de tirar o pijama antes de vir para a sessão. Sou capaz de jurar, se a câmera focasse os pés do sujeito, que ele ainda está de pantufas. A parte do vestuário, além de uma aula para estilitas do que não deve ser feito, rende risadas a fundo mais perdido do que empréstimo de banco estadual, destaque a ser dado para as gravatas de bolinhas e as combinações de ternos claros com calças xadrez em tons escuros. Um freak show da melhor qualidade, I assure you. Mas confesso que às vezes sinto raiva: como é que eles recebem auxílio-paletó e ainda se vestem de maneira tão grotesca? Isso deveria ser motivo para o fim do auxílio de 70% dos parlamentares.

Mas existe algo melhor do que caçoar do gosto estilístico duvidoso: ver cenas de agressões verbais, quando não de pugilato explícito, é um bálsamo para as pessoas comuns, tão acostumadas a crer que a elite é tão diferente delas próprias. Nada vai elevar mais a auto-estima do trabalhador cedo da manhã, diante de uma média com pão dormido, do que ver os digníssimos legisladores falando coisas como: “prevaricador é a sua mãe, filho da puta!”. Apenas uma mostra do que estamos perdendo: essa semana, numa reunião da comissão de constituição e justiça da assembléia daqui, o deputado Roncalli Paulo (PSDB) lia uma coisa qualquer quando teve sua honestidade posta em dúvida por Olavo Rebelo (PT). O parlamentar tucano não pensou duas vezes: voou da mesa e agarrou o petista pelo colarinho, só não indo mais longe por intervenção dos que estavam em volta. Ano passado, Gustavo Medeiros (PFL) e João de Deus (PT), dando uma pacata entrevista ao vivo à hora do almoço, trocaram mútuas acusações. “Traidor do povo!”, esganiçava o pefelista. O petista não deixou por menos e insinuou que seu oponente havia enriquecido por meios pouco honestos. E o povão, derrubando o PF antes de voltar ao trabalho, delirava. Programa do Ratinho de 8 da manhã às 6 da tarde, se o projeto sair mesmo do papel.

E ainda querem privar o povo de uma diversão como essa! Panis et Circenses, meus caros, da Roma Antiga aos dias de hoje, é a real!


Meu Profile No Orkut
Bjorn Lomborg
Instituto Millenium
Apostos
Instituto Federalista
Women On Waves
Instituto Liberal
Liberdade Econômica
NovoMetal
Mises Institute
Adam Smith Institute
Wunderblogs
Escola Sem Partido
Diogo Mainardi
Ateus.Net
Aventura das Partí­culas
Sociedade da Terra Redonda
Projeto Ockham
In Memoriam (Fotolog)
CocaDaBoa

O Pequeno Burguês
A Desjanela Dela
Alessandra Souza
Alexandre Soares Silva
Blog Da Santa
Breves Notas
Butija
Cris Zimermann
Canjicas
Diplomatizando
De Gustibus Non Est Disputandum
Fischer IT
FYI
Janer Cristaldo
Jesus, me Chicoteia
Leite de Pato
Liberal, Libertário, Libertino
Livre Pensamento
Meu Primeiro Blog
O Barnabé
Paulo Polzonoff
Pura Goiaba
Radical, Rebelde, Revolucionário
Rodrigo Constantino
The Tosco Way Of Life
Viajando nas Palavras

Anton Tchekhov
Boris Pasternak
Charles Baudelaire
Gabriel Garci­a Márquez
Henrik Ibsen
Pär Lagerkvist
Jack London
Nikos Kazantzakis
Oscar Wilde
Stendhal
William Somerset Maugham

Dogville
American Beauty
Dead Poets Society
A Beautiful Mind
M.A.S.H.
Crash
Once Upon A Time In America
Casablanca
Hotel Rwanda
Eternal Sunshine of a Spotless Mind
A Clockwork Orange
Gegen Die Wand
Pi
Pirates of Silicon Valley

A-Ha
After Forever
Anathema
Anno Zero
Ayreon
Black Sabbath
Emperor
Engenheiros do Hawaii
Helloween
Iced Earth
Iron Maiden
Judas Priest
Lacrimosa
Lacuna Coil
Limbonic Art
Moonspell
Pink Floyd
Scorpions
Stratovarius
The Dresden Dolls
The Sins Of Thy Beloved
Therion
Vintersorg

Bezerra da Silva
Carl Orff
Fágner
Falcão
Franz Liszt
Fryderik Chopin
Ludwig Von Beethoven
Raul Seixas
Richard Wagner
Sergei Prokofiev
Sergei Rachmaninov
Zé Ramalho

Ayn Rand
David Hume
Friedrich Nietzsche
Harold Bloom
José Ortega Y Gasset
Jean-Paul Sartre
John Stuart Mill


Se gostou desse blog, inclua um botão no seu site 

I support Denmark in its struggle for the freedom of speech