quarta-feira, março 29, 2006

Sobre Porcos e Homens - Parte II


Há algus dias escrevi a respeito da perfeita analogia entre governos socialistas e o enredo de A Revolução dos Bichos, de George Orwell. E ainda adverti para o fato de que os dissidentes petistas que integram o PSOL não passam de porcos orwellianos que ainda não tiveram a chance de se erguer sobre as duas patas e brandir seus chicotes.

Por uma felicíssima coincidência, o Luiz reproduziu um post revelador do estudante da UnB Gabriel Castro, sobre o fato de o PSOL abrigar nas suas hostes (inclusive com artigos publicados no site do partido) o italiano Achille Lollo, condenado em 1987 a 18 anos de prisão por ter provocado um incêndio na casa de um militante fascista no qual duas crianças morreram. Como o Brasil é notoriamente um reduto de bandidos (vide MST), ele jamais foi extraditado. Vocês podem conferir mais aqui e aqui.

E, para completar, o Paulo traz uma matéria da FSP na qual o PSOL apresenta suas propostas. Não vou me ater a coisas como aumentar o salário mínimo para R$ 1.600. Fugiria ao objetivo, que é despi-los da túnica de ilibados portadores e defensores da ética. Chamo atenção apenas para a defesa da "revogabilidade dos mandatos executivos e legislativos".

Captaram o profundo sentido dessas palavras? É isto mesmo que você está pensando: o objetivo deles é estabelecer critérios segundo os quais mandatos podem ser "revogados", eufemismo elegante para cassação. Os critérios, obviamente, serão feitos sob medida para cassar apenas os mandatos dos adversários, e desse modo, ocupar todos os cargos de poder, decretando a morte da democracia no nosso país. Claro que eles dizem que vai haver uma tal de "democracia direta", eufemismo para democracia apenas para os aliados.

Quem avisa, avisador é.

terça-feira, março 28, 2006

Eu Quero é Baixaria!

Em fase de aquecimento para a campanha eleitoral, todos os políticos prometem campanhas “baseadas em propostas e sem ataques pessoais”. Claro que isso não vai acontecer. Eles não vão resistir à tentação de atingir os adversários com golpes baixos, e quanto a propostas... Bem, é o que menos existe no debate político nacional. Todos prometem as mesmas coisas e pretendem usar os mesmos métodos para realizá-las. Exceto algumas notas dissonantes de esquerdismo radical, a cena política brasileira demonstra unanimidade de pensamento social-democrata, mudam apenas os matizes.

Mas voltemos aos ataques pessoais, que já cansei de falar sobre a pasmaceira da cena político-ideológica do Brasil. Como esses canalhas ousam tentar nos tirar a única graça da política nacional? As propostas são praticamente as mesmas, os meios para realiza-las, idem.A única coisa de diferente que se espera de uma eleição no Brasil é ver que ataques cada candidato dirigirá contra os demais. Eu pago o horário eleitoral, e por isso quero ver diversão. Canalizo a avidez bárbara que os outros devotam às lutas de boxe e vale-tudo aos programas e debates políticos. Acho chato, deprimente e nojento dois marmanjos trocando socos e pontapés com o sangue correndo na cara, mas vibro ao ver dois velhacos encasacados em elegantes ternos Gucci trocando farpas e invectivas. E sei que o povão está comigo. Ele já cansou do mesmo converseiro mole, não quer mais saber quem é o melhor, mas quem é o menos sujo. E a melhor maneira de avaliar o nível de podridão de cada candidato é ver o que os adversários dizem dele.

Acreditem em mim, as campanhas esse ano serão ganhas por aqueles que conseguirem emporcalhar mais o adversário, seja com fatos reais ou imaginários. E isso me enche de esperança de que Lula vai perder a eleição de qualquer jeito. Nenhum candidato tem tantos e tão recentes podres para serem trazidos à tona e atirados no ventilador. Alckmin diz que não vai atacar. É claro que ele está mentido. E se cumprir tal promessa será um idiota. Nunca um candidato teve tanta munição para disparar contra seu principal oponente. E como sabem os entendidos em estratégia militar e jogadores de xadrez, um adversário não deve ser poupado, e sim liquidado o mais rapidamente possível. Principalmente se você tiver armas secretas poderosas, como eu acredito que os tucanos possuem. Como não nasceram ontem e não são nada bobos, devem estar esperando o momento oportuno para usá-las. Os petistas podem até ter munição para disparar, mas ela não é tão poderosa, e ainda por cima está velha. Escândalos são altamente perecíveis, e quanto mais requentados, mais sem gosto ficam. Para ser eficientes, precisam estar fresquinhos. E o PT não só produziu mais escândalos como os seus são bem mais recentes.

De toda forma, espero ver a batalha começar e o fogo da artilharia verbal fazer suas vítimas. Deleitar-me-ei se, nas primeiras semanas de outubro, os campos de batalha da política estiverem coalhados de cadáveres políticos. Algo me diz que este ano teremos a maior chacina da história da nova república. Muitos dos que escaparem com vida (política, fique bem entendido) sairão horrivelmente mutilados, incapacitados de alçar grandes vôos no futuro.

sexta-feira, março 24, 2006

Já Estão Sobre Duas Patas!

Quem leu A Revolução dos Bichos, do genial George Orwell deve ter captado o significado da frase acima. Para os que não leram, aqui vai um breve resumo. Na obra, uma crítica ao mesmo tempo sagaz e ferina à Revolução Russa, os porcos de uma fazendola começam a insuflar os outros animais a se rebelar contra os homens. Cunham até uma doutrina denominada animalismo, na qual todos os bichos são iguais e os homens são o mal comum que a todos assola e do qual todos devem se livrar. Aproveitando a inépcia do fazendeiro, homem alcoólatra e negligente, conseguem eles expulsar os homens e proclamar a Granja do Solar (era o nome do sítio), agora rebatizada de Granja dos Bichos, o primeiro território livre da Inglaterra para os animais.

Mal conquistam o poder, ops, a liberdade, os porcos começam a divergir. Napoleão e Bola de Neve, os comandantes da sublevação, querem dar rumos diferentes à Revolução. O primeiro acha mais importante consolidar a conquista que realizaram, enquanto Bola de Neve deseja expandir a revolução até que não haja um só bicho sob o poder de um ser humano em todo o país. Ambos iniciam uma surda e intensa luta pelo poder, vencida por Napoleão no momento em que este coopta os cachorros e os demais porcos, isolando política e militarmente o popular Bola de Neve, que é obrigado a fugir.

Com o passar do tempo, o rígido código de ética estabelecido no princípio da Revolução vai sendo relaxado e relativizado. “Nenhum animal matará outro animal” vira ““Nenhum animal matará outro animal, sem motivo”. “Animais não devem ingerir álcool” ganha uma vírgula e um em excesso. E por aí vai. Até que no final, o último dos lemas, o quatro pernas, bom, duas pernas, ruim, se transforma em quatro pernas bom, duas pernas, MELHOR, no momento em que os porcos, acreditando que já consolidaram o poder total sobre as demais criaturas da fazenda, resolvem se levantar sobre as duas pernas, vestir roupas, e até convidar outros donos de fazendas vizinhas (humanos, claro), para festas onde bebem, dançam, jogam, e como deixa claro a última frase do livro, se tornam indistinguíveis dos homens.

Que o enredo de A Revolução dos Bichos cai como uma luva em todos os governos socialistas e naquele que atualmente nos governa, não é nenhuma novidade, Diogo Mainardi já o havia mencionado há uns dois anos. O que eu quero ressaltar é que estamos chegando nos estágios finais do enredo, aquele no qual os outrora paladinos da ética e da liberdade já não se preocupam em disfarçar suas sujeiras, aquele no qual a desfaçatez é substituída pelo deboche explícito. Quem viu a deputada Ângela Guadagnin, do PT paulista, dançando alegre e faceira após mais uma apologia ao crime promovida por ela e pela maioria de seus pares e também leu a obra em questão deve ter identificado claramente o ato da parlamentar com o momento em que os porcos desfilam diante dos outros erguidos sobre duas patas e brandido os chicotes que eram marcas registradas e inconfundíveis da opressão humana. As pessoas olham para petistas, pefelistas, peemedebistas, et caterva, e não conseguem mais distinguir uns dos outros.

A observação, aliás, pode ser um alerta: há outros porcos caminhando pelos traçados tortuosos do chiqueiro da política, só que em outros estágios de evolução. Principalmente para os que vêem nos PSOL’s, PCB’s e PSTU’s da vida a salvação da nação confiada a homens íntegros e incorruptíveis. Lembrem que os porcos petistas que hoje se erguem sobre as patas traseiras e nos fustigam com chicotadas de desesperança há bem pouco tempo pareciam ser tão éticos e imaculados quanto estes parecem hoje. Assim como todo partido socialista antes de chegar ao poder parece ético e imaculado. Aliás, lembrem que muitos dos que hoje militam nessas agremiações ficaram anos, décadas até, nas hostes do outrora puro e hoje enlameado Partido dos Trabalhadores. Agora que foram alijados do bem-bom, resolvem criticar e dizer que os petistas são traiçoeiros e enganadores. Tiveram tempo, muito tempo, para advertir o país antes que este empossasse a atual corja encastelada no Palácio do Planalto. Por que só vieram avisar depois de ser expulsos do partido? Por que Heloísa Helena demorou tanto tempo para dizer ao país que Lula “é daqueles que conversa com você pela frente enquanto manda te esfaquearem pelas costas”? Por que Hélio Bicudo demorou tanto tempo para dizer que Lula é “um mestre em jogar a sujeira para debaixo do tapete?” Por que Paulo de Tarso Vencesláu demorou tanto para dizer que sua expulsão foi motivada, entre outras coisas, por existir um esquema de arrecadação ilegal de dinheiro nos cofres de prefeituras administradas pelo PT? A atitude deles foi idêntica à de Roberto Jefferson, que só entregou a quadrilha quando esta queria afastá-lo de participação no saque.

Errar uma vez é humano. Errar duas é burice.

sexta-feira, março 03, 2006

E ainda dizem que essa #$@%$# é "neoliberal"...


Quentinha, via De Gustibus: A Gol tentou, em 2004, lançar uma promoção de passagens a R$ 50,00 para vários vôos. Ou seja, durante algum tempo, viajar de avião seria mais barato que andar de ônibus. Só que o DAC (Departamento de Aviação Comercial) vetou a promoção por considerá-la "lesiva à concorrência".


O setor de aviação do Brasil é uma espécia de apanágio de tudo que há de errado no Brasil, e demonstra o quanto nós estamos distantes de uma sociedade economicamente liberal, a despeito do que muita gente que sequer sabe o que é liberalismo teima em dizer. Empresas áereas estrangeiras não podem operar em vôos nacionais, e mesmo a participação delas em vôos para o exterior é reduzida, apesar das tarifas serem no mínimo 100% mais baratas que as praticadas pelas companhias nacionais. Além disso, existe um protecionismo para garantir que um punhado de companhias dominem o mercado nacional.


Quais as conseqüências da "proteção" de nosso mercado de aviação comercial? Voar até hoje é proibitivo até para a classe média nacional. Com isso, milhões de pessoas deixam de fazer viagens rápidas e seguras para enfrentar as precárias estradas nacionais e ajudar a aumentar as estatísticas de mortes no trânsito. Avante Brasil, rumo ao primeiro lugar em mortes na estrada!


Aplicando-se os princípios econômicos liberais, o mercado seria totalmente aberto à concorrência interna e externa. O preço das passagens despencaria, e com promoções e parcelamentos, até a classe média baixa brasileira poderia experimentar as comodidades do transporte aéreo. Mais companhias operando significam mais empregos, e mais empregos significa crescimento econômico.


Mas dizem que um país cheio de protecionismos e reservas de mercado é liberal. E quem diabos seria liberal, afinal? A Coréia do Norte?


Perguntas, perguntas...


Meu Profile No Orkut
Bjorn Lomborg
Instituto Millenium
Apostos
Instituto Federalista
Women On Waves
Instituto Liberal
Liberdade Econômica
NovoMetal
Mises Institute
Adam Smith Institute
Wunderblogs
Escola Sem Partido
Diogo Mainardi
Ateus.Net
Aventura das Partí­culas
Sociedade da Terra Redonda
Projeto Ockham
In Memoriam (Fotolog)
CocaDaBoa

O Pequeno Burguês
A Desjanela Dela
Alessandra Souza
Alexandre Soares Silva
Blog Da Santa
Breves Notas
Butija
Cris Zimermann
Canjicas
Diplomatizando
De Gustibus Non Est Disputandum
Fischer IT
FYI
Janer Cristaldo
Jesus, me Chicoteia
Leite de Pato
Liberal, Libertário, Libertino
Livre Pensamento
Meu Primeiro Blog
O Barnabé
Paulo Polzonoff
Pura Goiaba
Radical, Rebelde, Revolucionário
Rodrigo Constantino
The Tosco Way Of Life
Viajando nas Palavras

Anton Tchekhov
Boris Pasternak
Charles Baudelaire
Gabriel Garci­a Márquez
Henrik Ibsen
Pär Lagerkvist
Jack London
Nikos Kazantzakis
Oscar Wilde
Stendhal
William Somerset Maugham

Dogville
American Beauty
Dead Poets Society
A Beautiful Mind
M.A.S.H.
Crash
Once Upon A Time In America
Casablanca
Hotel Rwanda
Eternal Sunshine of a Spotless Mind
A Clockwork Orange
Gegen Die Wand
Pi
Pirates of Silicon Valley

A-Ha
After Forever
Anathema
Anno Zero
Ayreon
Black Sabbath
Emperor
Engenheiros do Hawaii
Helloween
Iced Earth
Iron Maiden
Judas Priest
Lacrimosa
Lacuna Coil
Limbonic Art
Moonspell
Pink Floyd
Scorpions
Stratovarius
The Dresden Dolls
The Sins Of Thy Beloved
Therion
Vintersorg

Bezerra da Silva
Carl Orff
Fágner
Falcão
Franz Liszt
Fryderik Chopin
Ludwig Von Beethoven
Raul Seixas
Richard Wagner
Sergei Prokofiev
Sergei Rachmaninov
Zé Ramalho

Ayn Rand
David Hume
Friedrich Nietzsche
Harold Bloom
José Ortega Y Gasset
Jean-Paul Sartre
John Stuart Mill


Se gostou desse blog, inclua um botão no seu site 

I support Denmark in its struggle for the freedom of speech