sábado, novembro 24, 2007

Pedirão desculpas?

Já repararam que o Iraque deu uma considerável sumida do noticiário nos últimos meses? Você provavelmente não sabe porque, mas eu esclareço: desde o último reforço de tropas enviadas em meados desse ano, a segurança melhorou consideravelmente. Mais influente ainda nessa diminuição da violência foi o fato de os sunitas, antes o centro da insurreição e aliados da Al Qaeda na luta contra o invasor infiel, se voltaram contra os fundamentalistas. E por que tal mudança de posição? Simples: onde conseguiam estabelecer poder real, os militantes de Bin Laden logo impunham seu rosário de restrições rigidíssimas, que incluem proibição de rádios, TVs, quaisquer representações de figuras humanas e a retirada da pouca liberdade que as mulheres ainda preservam no Islã sunita tradicional. Parece que os iraquianos não gostaram muito da idéia de sair da tirania laica Baathista de Saddam Hussein para cair numa teocracia fundamentalista...

Mas não é esse o foco da minha preocupação. Notei também que os críticos da guerra no Iraque também colocaram uma enorme e conveniente pedra em cima do assunto. E se o aumento da segurança e da estabilidade realmente vierem para ficar? E se, seguro, estável e democrático, o Iraque virar um tigre econômico do Oriente Médio? E se os cenários catastrofistas de um Iraque insurrecto e infestado de fundamentalistas islâmicos simplesmente não se realizar? Os críticos da guerra calçarão as "sandálias da humildade" e pedirão desculpas ao simplório caipira texano que está prestes a deixar a Casa Branca? Conseguirão reconhecer que estavam o tempo todo errados e que George Walker Bush, afinal de contas, leu melhor os fatos do que eles?

Duvido muito. Eles simplesmente esquecerão o Iraque, como já esqueceram todas as vezes em que a história esfregou nas suas fuças o erro de suas teorias e se voltarão para novos alvos, dentre os quais desponta, atraente e suculento, o Paquistão. A roda gira, a fila anda, os cães ladram, a caravana passa, o cortejo segue e tudo permanece igual a antes no quartel de Abrantes. Ó, vida severina!

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domingo, novembro 18, 2007

Pérolas da sabedoria popular

Não desperdice um sentimento com quem é indiferente a ele. Não seja burro(a)!

sábado, novembro 17, 2007

ô dor que dá...

Em todos os concursos e vestibulares que fiz nos últimos dois anos, minhas redações foram verdadeiras obras de arte. Obras que vendi em troca de uma aprovação ou expectativa de aprovação, e que nunca mais eu vi e certamente jamais verei. Sinto-me como um poeta que espalha seus versos em superfícies esparsas como uma flor que asperge seu pólen ao léu na esperança de gerar vida nova, sabendo que as estrofes e sementes deixadas para trás jamais voltarão a ser vistas. Seria até o caso de exigir que as instituições que fazem esses concursos nos devolvam nossos textos, caso estejamos dispostos a pagar o reembolso postal. Se soubessem a dor que se sente quando se entrega a folha de redação ao fiscal com a certeza de que jamais voltará a lê-la de novo, elas disponibilizariam essa opção.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Ó, dúvida cruel...

Estava dirigindo-me a um auditório para ouvir uma palestra sobre a Revolução Russa organizada pelo PCO (Partido da Causa Operária, aquele que existe há mais de vinte anos e nunca conseguiu eleger um vereador sequer). Ou seja, perder meu tempo e passar raiva vendo uma súcia de bolcheviques tacanhos louvar um golpe de Estado que degenerou num dos regimes mais opressores e assassinos da história da humanidade. Antes de ser selado tão trágico destino (o meu, já que o das vítimas da Revolução não mais pode ser mudado), convidaram-me para tomar duas cervejas. Tomamos seis e falamos de muita coisa, menos da dita cuja. Será que fiz uma má escolha?

sábado, novembro 10, 2007

Qual a invenção que mais revolucionou o cotidiano e as relações sociais no século XX?

Fácil: a pílula anticoncepcional.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Sugestão

Para quem não se convenceu com a leitura do texto abaixo, tentem com recursos audiovisuais.

Pelo direito à militância

Desde que iniciou sua autodenominada, um bocado quixotesca e um tanto inútil cruzada contra a religião mundo afora, teístas de todos os cantos, desde os religiosos profissionais àqueles que não pisam mais do que quatro vezes na vida num templo religioso, apontam a sua militância ateísta como algo ofensivo à fé dos 95% da humanidade que têm alguma crença no metafísico. Mas estariam os religiosos ofendidos ou receosos de perder sua reserva de mercado?


Em quase todos os lugares e em quase todas as épocas, os descrentes não apenas não podiam divulgar como mesmo não podiam assumir, sob pena de perder os bens ou mesmo a vida, sua descrença. Mesmo que pudéssemos classificar esse "movimento" (que nem mesmo existe física e institucionalizadamente) como a primeira organização a fazer proselitismo ateu, qual seria o problema? Os religiosos fazem proselitismo de suas idéias há uns bons milhares de anos, inclusive de formas bastante agressivas, como cristãos e muçulmanos bem o podem dizer. Alguém há de citar os regimes marxistas, com suas perseguições religiosas e seu ateísmo de Estado, como exemplos de intolerância ateísta, mas não confundamos militando pro PT com mil-e-tanto pro PT. O que motivava os comunistas em seus crimes era a ideologia marxista, não o ateísmo, que era apenas um componente dela. E um componente teórico, já que nem mesmo a maioria dos potentados socialistas mundo afora era convictamente atéia. Vide o novel representante venezuelano da espécie, que adora usar citações e metáforas cristãs em suas diatribes. Seria algo como, por exemplo, atribuir aos times de futebol os crimes que suas torcidas organizadas cometem.


Mas excluindo os casos de conversão forçada desalentadoramente comuns na história dos grandes monoteísmos (e aqui que o digam os judeus, dessa vez como vítimas), por que é lícito, justo e lindo instituições religiosas manterem serviços missionários para disseminar sua pregação a todos aqueles a quem desejarem que ela chegue, e é desafiador e agressivo por parte dos ateus e agnósticos se portarem da mesma forma? Um crente pode tocar a campainha de minha casa às sete horas da manhã de um domingo subseqüente a uma pródiga farra sabatina com uma Bíblia debaixo do braço, instando-me a deixar as hostes do Inimigo e juntar-se ao rebanho do Senhor (talvez por uma incrível coincidência, todo crente acredita que a sua confissão é a única eleita por um Deus que pretensamente teria criado um universo de bilhões de anos-luz de raio), mas um ateu não pode bater à porta da casa de uma família religiosa trazendo consigo livros de Dawkins, Sagan ou Dennet e pedir uma chance para convencê-lo de que tudo que existe é matéria e energia, nem que seja para ouvir um educado “não, obrigado, mas nós já temos nossas crenças, não estamos dispostos a ouvi-lo”, ou mesmo uma desculpa esfarrapada como “infelizmente, não será possível, pois estamos indo visitar a vovó no asilo nesse exato instante”?


No que me toca, já fui católico e hoje sou um descrente (o que não é sinônimo de ateu, reparem bem), e nos primórdios dessas duas fases também senti vontade de bradar ao mundo inteiro que havia uma verdade absoluta que precisava ser propagada a todo ser pensante. Mas depois você amadurece e deixa isso pra lá. Muito provavelmente a iniciativa de Dawkins resultará em nada. Convencer alguém de uma negativa, afinal, não é tarefa das mais fáceis, e nisso os crentes podem se confortar, têm uma considerável e insuperável vantagem. Mas será que aq ueles que desejam fazê-lo não têm o direito de fazê-lo sem serem acusados de deflagrar uma guerra contra a absoluta maioria dos macacos humanos que crêem no inefável e no sobrenatural? Ainda não aprendemos com todo o sofrimento e sangue derramado por conta de divergências de opinião?


Sim, crentes e descrentes, todas essas suas convicções arraigadas a seus seres como caranguejos nas rochas tentando resistir à maré não passam disso: opiniões. E acreditem, a vida, a saúde, a liberdade e a felicidade de vocês não dependem inapelavelmente de convencer os outros a ter as mesmas opiniões que você. Haja vista a multidão de pessoas que já enfrentou a tortura e o martírio por tentar convencer os outros de suas opiniões, o proselitismo não é lá um estilo de vida dos mais agradáveis e tranqüilos.

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sexta-feira, novembro 02, 2007

Crônicas da vida universitária

Em plena manhã de ócio no CCHL da Universidade Federal do Piauí, eis que uma professora do departamento de economia nos chama para ver algo "importantíssimo" no computador. Sem nada para fazer, acorremos todos para ver o que seria tão impactante que compensasse a interrupção de nossa morgação matinal. Eis que ela nos mostra então, cheia de pompa e com um brilho nos olhos, o blog da invasão da reitoria da UFC, enfatizando o absurdo que era a grande mídia alienante não estar mostrando aquilo.

Em minha mente, eu sorvi um gole profundo de ar e disse, professoral e ríspido: "minha senhora, o preço do barril de petróleo está chegando aos três dígitos, o Iraque está à beira de se transformar numa Iugoslávia do Oriente Médio, o Paquistão está convulsionado e sob risco de uma revolução fundamentalista, Craig Venter está prestes a fabricar uma bactéria em laboratório, começam a surgir os rumores de um terceiro mandato lulista, o LHC vai ser inaugurado esse mês prometendo uma revolução na física atual, só para ficarmos nas notícias desses últimos dias. A senhora acha mesmo que com tanta coisa acontecendo no mundo a mídia, seja grande ou pequena, honesta ou vendida, de direita ou de esquerda, vai se importar com meia dúzia de militantes que invadem a reitoria de uma universidade? Se ao menos se tratasse de Berkeley, Oxford, Harvard, ou mesmo a Sorbonne, vá lá, mas a UFC? Eu aposto que nem os cearenses estão dando bola para essa invasão".

Seja por tato ou por falta de saco para discutir, eu resolvi ficar calado. Ao menos deu para azarar um cafezinho e se despedir com um sorrisinho falso. Quando se está em terreno inimigo, é imprescindível saber muito bem onde se pisa.

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