quinta-feira, julho 26, 2007

Anotem aí

A prova definitiva do fracasso do socialismo cubano não são as deserções, os balseros arriscando a vida para fugir, nem o racionamento de comida e energia, nem o fuzilamento dos três fugitivos azarados em 2003. A prova inquestionável do fracasso do regime castrista será perder o segundo lugar no quadro de medalhas do Pan para o Brasil. A outrora todo-poderosa Cuba, acostumada a trazer mais de dez medalhas de ouro para casa em cada edição das Olimpíadas está correndo o risco de ser ultrapassada por um país que não ganhou sequer um ouro em Sidney 2000 (só pra constar: Cuba ganhou ONZE ouros nessa mesma olimpíada).

Tudo bem que as deserções dos boxeadores, dois ouros garantidos, ajudaram, mas o Brasil já estaria na frente se o time feminino de vôlei não tivesse amarelado mais uma vez e perdido de virada e diante da torcida a medalha de ouro para as próprias cubanas, cujo time está há anos-luz daquela potência que foi tricampeã olímpica nos anos 90. Eu vi o time de Torres, Bell, Mireya e Carvajal esmagar uma boa e raçuda seleção brasileira que jogava em casa e era toda empolgação. Mas aquele timaço que jogaria de igual para igual com qualquer equipe masculina de sua época é passado. Assim como são passado os bons indicadores sociais de Cuba. Como a vida era doce nos tempos em que mamãe União Soviética bancava tudo, da gasolina do transporte público às medalhas de ouro olímpicas...

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quarta-feira, julho 18, 2007


Explicando rapidamente a situação para quem não é daqui e não acompanhou o imbróglio: a arqueóloga Niède Guidon, presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fundham) deu uma entrevista para a TV Câmara (cujo sinal é retransmitido pela TV Assembléia local). Depois de muito falar sobre o trabalho na área e outras coisas mais, interpelaram-na sobre política e ela disse o que até as pedras do Parque Nacional da Serra da Capivara sabem: que os governos estadual e federal prometeram um aeroporto internacional para São Raimundo Nonato em 2003, com prazo para entrega em 2005. Quatro anos e mais de 20 milhões de reais depois, o aeroporto se resume a uma enorme pista de terra batida cercada de caatinga por todos os lados.

Claro que os apparatchiks petistas que mandam no estado depois de terem comprado toda a oposição (inclusive aqueles que eles criticaram por duas décadas) não engoliriam uma insubmissão dessas. A arqueóloga foi convocada para "se explicar" na Assembléia Legislativa, e foi submetida a uma verdadeira inquisição. João de Deus "Torquemada" (PT) e Xavier Neto "Vichinski" (PR) acusaram-na de ter má fé e o objetivo de prejudicar o estado, adotando a velha tática leninista de acusar os outros de fazer o que eles próprios fazem.

Agora chega o momento da reflexão: quando uma cidadã comum é interrogada por dar opiniões, sabemos que a democracia está se corroendo e o autoritarismo se fortalecendo. Em qualquer democracia que faça jus a tal designação, uma pessoa só pode ser convocada a se explicar caso seja suspeita de autoria ou cumplicidade em algum crime, ou testemunha do mesmo. Mas Niède também errou ao comparecer. Deveria ter passado uma descompostura no NKVD governista e lembrado que enquanto cidadã ela jamais se veria na obrigação de ter que explicar opiniões e pontos de vista pessoais. Ela não disse que havia corrupção, apenas incompetência e má gestão, e nem mesmo atribuiu estas a pessoas ou instituições específicas. Falou o que todos nós falamos todos os dias nas mesas de bar, na cozinha durante o almoço e em conversas com os amigos. E foi convocada a se explicar e "provar" o que estava dizendo. Aqui chegamos ao cúmulo: a Gestapo do governador Wellington Dias e seu reichsführer João de Deus estabeleceram o princípio segundo o qual o cidadão precisa provar que é inocente, e não os poderes constituídos provarem que ele incorreu em alguma falta.

Que tal se o governo parasse de acusá-la e de nos inundar todos os dias com propaganda mentirosa e resolvesse cuidar dos nossos sítios arqueológicos? Muitos piauienses não sabem, mas o nosso estado é cheio de sítios com pinturas rupestres. Só na região de Castelo do Piauí, que conheço bem por minha família ser de lá, há vários locais com inscrições e vestígios arqueológicos. Centenas de outros estão espalhados pelos quatro cantos desse estado. E todo esse patrimônio está abandonado, sem proteção alguma, à mercê das intempéries naturais e da ignorância e do vandalismo humanos, e ninguém toma providência alguma. Quantos sítios de importância crucial para se definir quando começou o povoamento do continente americano já devem ter sido perdidos? Nem os especialistas da Fundham fazem idéia.

Do jeito que as coisas vão indo daqui a pouco o governador Wellington Dias coloca uma túnica púrpura, uma coroa e um cetro, se auto-intitula Imperador Wellington I e constrói um pelourinho na frente do palácio de Karnak, sede do governo estadual, onde todos aqueles que ousaram falar mal de sua excelsa majestade serão amarrados no troncho e receberão trinta chibatadas. Tendo comprado toda a oposição local e sendo aliado do empresário mais rico do estado, o poder dele é quase absoluto. Se depois de publicar esse post eu for convocado à delegacia do meu bairro para "prestar esclarecimentos", não se surpreendam. Eu me darei por satisfeito de não terminar no pau de arara.

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terça-feira, julho 17, 2007

E agora, camarada molusco?

Quem vai levar a culpa dessa vez? A zelite mancomunada com o imperialismo internacional? Os controladores de vôo? Pilotos norte-americanos? Falha de sistema? Quem é que vai salvar a cara do governo perante a opinião pública dessa vez?

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segunda-feira, julho 09, 2007

Da universidade aos cursos profissionalizantes de terceiro grau

Reinaldo Azevedo em seu blog escreveu:

A universidade, mesmo pública, se “supletivou” para atender à demanda de quem, de fato, não teria condições intelectuais de acompanhar um curso de terceiro grau. E as particulares, do ProUni, estão é oferecendo um serviço de concessão de diploma. O governo injeta dinheiro nas mantenedoras, e elas expedem cartuchos para futuros motoristas de táxi com terceiro grau.

Percorrendo os corredores e submundos dessa imensa máquina de desperdício de dinheiro público e fábrica de pseudo-intelectuais chamada Ensino Superior (sic) há sete anos, posso assinar embaixo e assegurar que a afirmação dele é uma verdade empírica facilmente comprovável para quem conhece o ambiente universitário brasileiro e tem algum nível de conhecimento e cultura. Dizem que finalmente os negros, pobres e alunos de escola pública estão tendo vez, e que isso justificaria a gastança do país em ensino de terceiro grau num país onde grande parte da população mal consegue entender um texto simples de trinta linhas.

Esse analfabetismo funcional não está restrito aos rincões de pobreza e às vilas e favelas das grandes cidades. Está muito presente dentro da própria universidade, principalmente nos cursos de menor concorrência. O nível de raciocínio e conhecimento dos alunos é sofrível, a maioria não consegue entender o que lê e com isso passa período após período, disciplina após disciplina sem aprender absolutamente nada.

E por que não temos índices massivos de repetência? Perguntarão os incrédulos. Simples: porque o nível das universidades é medíocre. Muitos professores definem o nível de exigência das disciplinas que ministram em função do nível dos alunos. Se eles constatam que exigir o mínimo necessário para que se tenha um conhecimento básico fará a maioria reprovar, eles simplesmente rebaixam o nível para possibilitar que os coitadinhos injustiçados pelo sistema possam ir adiante. Perde o aluno ruim, que vai perder alguns anos de sua vida na universidade para depois virar um desempregado quando bem poderia ter investido tempo e dinheiro em algo que lhe garantisse futuramente um emprego melhor, e perde o bom aluno, que se sente desmotivado pela pouca exigência e termina se habituando à mediocridade dos colegas de curso.

Nossas universidades não passam de cursos profissionalizantes, e de péssima qualidade, diga-se de passagem. E vamos parar com essa estupidez de que "universidade é para todos". Para todos coisíssima nenhuma! As universidades, em qualquer nação instruída e avançada econômica, intelectual e tecnologicamente, são centros de excelência destinados a formar a elite intelectual do país. Devem receber os melhores, sem distinção social ou racial, e prepará-los para serem os melhores. A universidade nunca foi nem deve ser democrática, e sim meritocrática. Quem não tem estofo intelectual para fazer uma graduação que se contente com outros tipos de formação. Qual é a vantagem intrínseca de dar um diploma de curso superior para alguém que não aprendeu nada e jamais será capaz de exercer com competência o trabalho em seu campo? Para podermos bater no peito e dizer que temos prostitutas, faxineiras, garçons e taxistas com diploma universitário, como faz um determinado paiseco do Caribe, que mesmo tendo tanta pretensão há mais de cinqüenta anos não consegue se sustentar por si e depende da benevolência de outras nações para não morrer de fome?

quarta-feira, julho 04, 2007

Guerra civil palestina, Faixa de Gaza e Ariel Sharon


Nesse momento em que os palestinos se engalfinham numa guerra civil e no qual o Hamas obteve o pleno controle da Faixa de Gaza é que se revela o quão acertada foi a decisão de Ariel Sharon de retirar os assentamentos judeus da região. Tentem imaginar a situação periclitante de mais de 7.000 judeus isolados em acampamentos perdidos em meio a um grande oceano de radicalismo. Seria a oportunidade de ouro pela qual o Hamas tanto ansiou para impor finalmente uma grande derrota a Israel.

A história de Israel nos aconselha a nunca duvidar do poder de fogo do exército israelense, mas no mínimo eles teriam que executar uma operação cara e demorada, uma autêntica guerra para resgatar esses assentados, correndo o grande risco de perder grande parte ou mesmo a totalidade deles. E qual seria o impacto que a morte de todos esses judeus teria sobre o Estado e o próprio povo de Israel? Um país cuja função precípua é proteger o povo judeu de ameaças e que não evitou uma chacina de alguns milhares deles... Sem falar no efeito ainda mais nefasto de acender a todo vapor o radicalismo entre os palestinos. A vitória política do Hamas seria tão grande que era capaz de eles dominarem todos os territórios ocupados, e aí sim Israel se veria em grandes dificuldades.

Sem nenhum cidadão para chamar de seu na pequena, conturbada, sem qualquer significação histórica para o povo judeu e superpopulosa Faixa de Gaza, Israel assiste, exceto alguns Qassamns que ocasionalmente caem na fronteira com a Faixa, de camarote à disputa por poder dentro do governo palestino. E o que esperar de um Estado que ainda nem nasceu e já foi dominado pela corrupção e pelo gangsterismo político, onde um partido precisa ter armas e combatentes mais do que de votos para se manter na disputa pelo poder?

Se os palestinos tiverem alguma autocrítica, deveriam repensar profundamente o rumo que tanto o Fatah quanto os radicais têm traçado para eles. Israel tá na dele, esperando o que vai acontecer. E se preparando pro que der e vier.

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