sexta-feira, novembro 24, 2006

Rapidinhas

Sim, eu sei que esse blog já tá pegando poeira de tão abandonado, mas isso se deve a fatores externos. Minha vida tá uma confusão e uma indefinição só, mas ao que parece, vai ficar um pouco menos complicada hoje.

Confusão e indefinição estas que são os pilares da obra pequena, mas grandiosa do escritor Isaac Babel. Cavalaria Vermelha é uma coletânea de contos ambientada na guerra civil russa (1918-1922), especificamente nos combates na Polônia e na Bielorrússia. Poderia falar das épicas descrições dos combates, do delineamento ao mesmo tempo crítico e sentimental das comunidades judaicas da região (Babel era judeu ucraniano), ou na maneira poética com a qual ele trata dos sentimentos humanos num ambiente tão pouco propício ao exercício da individualidade como é a guerra. Carpeaux descreveu com exatidão: os contos de Babel são "fragmentos de uma epopéia despedaçada".

Mas o que ficou mais evidente para mim foi o paralelo entre meu momento atual de incertezas e temores e aqueles personagens que, em meio àquele conflito insano e infindável, sentiam o chão lhes faltar sob os pés e a visão turvar-lhes quando tentavam olhar à frente. Não havia espaço para planos ou expectativas. Vivia-se o agora, sempre sob a perspectiva amedrontadora de que o dia de amanhã viesse a aumentar ainda mais o rosário de privações pelos quais passavam. Posso sentir e compreender sua angústia de viver um presente interminável nutrindo a esperança de uma mudança futura que parece jamais chegar.

Guardadas as proporções, acho que posso, sim, saber como eles se sentiam. Travo uma guerra civil renhida e interminável dentro de mim. Uma guerra na qual estou sempre em desvantagem e nunca sou completamente aniquilado.

A Insustentável Leveza do Ser está aqui ao meu lado, esperando que eu termine os últimos contos que restam da Cavalaria. Vou finalmente matar uma vontade antiga.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Seja patriota, sonegue imposto!

Nesta tarde de feriadão, eu estava refestelado na poltrona procurando algo interessante para ver na TV. Parei num jornal local e vi três sujeitos que me pareceram familiares dando entrevista.


Quem eram? Um integrante da UJS, outro da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), e outro da UNE. O tema em pauta? O governo do Piauí, petista, está criando a "secretaria da juventude". Adivinhem quem vai indicar os ocupantes de todos os cargos dessa secretaria? A UJS, a UMES e a UNE. A UMES é aquela entidade que organizou uma queima de revistas Veja, alegando ser ela contrária ao governo. A lógica distorcida dessa gentalha é exatamente essa: uma revista que não recebe verbas estatais não pode tomar o posicionamento que bem entender, enquanto eles recebem dinheiro do governo e podem fazer proselitismo petista da forma mais descarada possível. A UJS é uma integrante da tropa de choque ideológica petralhista. Seus integrantes foram enxotados esse ano da direção do DCE da Universidade Federal do Piauí, acusados de terem dado um desfalque de quase 100 mil reais. E a UNE dispensa comentários.


Ao ver aqueles indivíduos alegres e faceiros relatando a importância da criação de mais burocracia, não pude deixar de me sentir um otário sendo roubado na mão grande, e o que é pior: sem poder fazer nada. E essa nem é a única esperteza do governo reeleito com o poder do dinheiro do empresário mais rico do estado: para driblar a Constituição, que exige um percentual mínimo a ser investido em saúde, o governo do estado está lançando na prestação de contas os gastos com programas sociais como sendo gastos com saúde. O argumento é o velho "dar comida pro povo também é investir em saúde". Claro que é um embuste para violar a lei e alocar mais dinheiro para as dezenas de secretarias inúteis que este governo criou.


De tal forma que lhes dou dois conselhos: deixe de dar esmola, ajuda ou contribuição a quem quer que seja e sonegue imposto sempre que for possível. Esqueça essa balela de que um cidadão honesto tem que cumprir a lei sempre. Lei nunca foi sinônimo de justiça. E quem se deixa ser assaltado não é honesto, é palerma.

domingo, novembro 12, 2006

Somente ela

Somente ela poderia fazer com que eu ressuscitasse essa antiga idéia.

sábado, novembro 11, 2006

O divisor de eras

A real dimensão dos fatos históricos só vem ficar clara muito tempo depois dos próprios fatos ocorridos. Ontem o Janer lembrou o aniversário de 17 anos da queda do Muro de Berlim, que marcou o fim da guerra fria, e de acordo com alguns, do próprio século XX. Pois eu vou além. 9 de novembro de 1989 não ficará marcado apenas como um limiar entre séculos e fases históricas. Naquele dia se encerrava toda uma era: a Idade Contemporânea.


A Idade Contemporânea foi a era do confronto de ideologias, assim como a Idade Moderna foi a guerra contra a autoridade dos monarcas e clérigos. Algo muito além dos conceitos de direita e esquerda nasceram naquela época. Nasceu o próprio conceito de ideologia. A partir dali a história do mundo e da civilização ocidental em particular foi marcada pelo signo das divergências ideológicas; até mesmo o nacionalismo ganhou contornos ideológicos. No século passado a fissura aprofundou-se com o confronto entre democracias liberais e ditaduras coletivistas. Dia 9 de novembro de 1989 tudo isso acabou. A democracia liberal derrotou o socialismo coletivizante, que embora continue vivo e popular em rincões atrasados do mundo como a América Latina e a África, não é mais uma ameaça a nível global.


Nasceu então outra era. Uma era que foi predita por Samuel Huntington e que emergiu com clareza em 11 de setembro de 2001. Aquilo não foi um marco da mudança, e sim o primeiro sinal claro do que será essa nova era. Acabou o conflito ideológico, estamos num conflito entre civilizações, ou falando em termos mais amplos, entre secularistas e teocratas, se consideramos o socialismo como o que ele realmente é: uma degenerescência maligna dos opostos do ocidente, o cristianismo e o materialismo.


O nome dessa nova era? Não vou cair na armadilha de tentar definir. Quem sabe os historiadores inventam algum antes de minha morte e eu consiga ver meu vaticínio realizado.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Petralha gosta de número? Que tal estes?

Andei ausente por conta da minha conexão que resolveu tirar férias de uma semana. Mas agora prometo que atualizo isso aqui com uma freqüência minimamente decente.


Esta semana a Transparência Internacional, Ong dedicada a estudar a corrupção e sua relação com a pobreza e o autoritarismo, publicou o Índice de Percepção de Corrupção 2006. E o que ele nos traz?


Nada mais que o óbvio: a corrupção no governo Lula aumentou bastante em relação ao governo FHC, com o qual ele tanto gosta de se comparar: em 2002, último ano da gestão tucana, o Brasil era o 45º entre 102 países, com nota 4,0 (notas abaixo de 5,0 indicam corrupção alta). No ranking desse ano, caímos de posição (70º entre 163 nações) e de nota (3,3).


Outro dado interessante aparece quando retroagimos a análise desde o primeiro ranking, publicado em 1995, portanto, antes das privatizações da metade da última década. A nota do Brasil nesse primeiro levantamento era 2,7, e éramos o 37º entre 41 países. Em 1999, primeiro ano do segundo mandato do governo FHC, nossa nota subiu para 4,1 (não por acaso, a melhor nota que já conseguimos desde a primeira edição do Índice), e éramos a 45º entre 99 nações avaliadas. A partir de então até 2002, não saímos desse patamar próximo de 4,0, e em 2003 começou a nossa derrocada, que nos levou a empatarmos com a China, que é governada por um regime ditatorial.


O que isso deixa claro? Que privatizar, além de melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a lucratividade das empresas, ainda tem o efeito benéfico de diminuir a corrupção. Não foi à toa que nossa avaliação melhorou bastante durante o primeiro governo do PSDB e não saiu do lugar no segundo mandato. A diferença? No primeiro, privatizou-se muita coisa, embora bem menos do que deveria. No segundo, não se privatizou nada. A lógica é simples e perfeitamente entendível para quem possui um crânio com alguma função além de manter as orelhas afastadas: quanto menos dinheiro e poder nas mãos dos políticos, menos eles roubam e menos danosa é a corrupção.


Claro que números são apenas isso: números. Por si mesmos não provam absolutamente nada. Números verdadeiros podem levar a conclusões falsas se a metodologia empregada em sua compilação é desonesta ou viciada. As estatísticas lulistas são um bom exemplo disso. Portanto, procurem os dados no site da Transparency International linkado acima, comparem e sintam-se à vontade para contestar a metodologia do estudo. Eu não vou fazer como os petralhas, que num misto de ignorância e desonestidade, publicam estatísticas como se fossem verdades sacrossantas e incontestáveis. Já basta os quatro anos de burrice e mau-caratismo que estão por vir.


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